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Follow-up do CLASP IID

Resultados mantidos…

O tratamento transcateter da valva mitral vem evoluindo há alguns anos e diversos dispositivos já foram adicionados ao arsenal terapêutico possível.

Sem sombra de dúvidas, até o presente momento, a terapêutica que mais tem evidências e mais foi posta a prova é a clipagem mitral borda a borda, muito embasada nas ideias da cirurgia de Alfieri, dos anos 80.

Com a publicação do EVEREST, tivemos o MitraClip validado para o tratamento de casos de insuficiência mitral degenerativa, portanto primária, em pacientes de alto risco cirúrgico, com resultados interessantes quando comparados ao tratamento padrão-ouro à época, a abordagem cirúrgica convencional.

Mais recentemente um novo dispositivo para clipagem veio para mercado e agora a comparação ocorreu entre os protótipos no mercado, de um lado o MitraClip, já consagrado há anos e o PASCAL, dispositivo com o mesmo propósito, mas com algumas diferenças técnicas que precisavam ser colocadas na mesa para ver se trariam resultados.

Para entender esse mecanismo, dois braços do estudo foram desenhados, um deles tradicionalmente comparando os dispositivos e outro, composto por casos que eram negados para serem randomizados, principalmente por questões anatômicas. Esse braço especificamente tornou-se um registro de pacientes com anatomia desafiadora e que foram submetidos a intervenção com o PASCAL.

No acompanhamento clínico de 2 anos, os dois dispositivos apresentaram a mesma performance positiva, com evoluções ecocardiográficas e de desfechos clínicos semelhantes.

Dados sobre sintomatologia e qualidade de vida também foram semelhantes e apontam para evolução positiva com tratamento intervencionista.

Esses dados já eram conhecidos com 1 ano de acompanhamento e se mantiveram ao longo do segundo ano. Vale agora observar o outro braço que observa o registro de casos anatomicamente desafiadores e que foram submetidos ao implante do PASCAL.

Como é um registro, não temos comparações de procedimentos, mas podemos comparar com dados de outros registros semelhantes publicados em outros momentos.

Os resultados mostram boa evoluções desses casos com mais de 90% dos casos apresentando regurgitação residual no máximo de 2+/4+. Isso é um achado que aponta para excelentes resultados quando comparamos com a casuística presente na literatura atualmente em casos desafiadores.

Interessante ressaltar que termos à disposição dos dispositivos distintos aumenta a possibilidade terapêutica e uma melhor estratificação individualizada trazendo resultados mais satisfatórios aos pacientes. Em tempos em que a troca valvar mitral também evolui, provavelmente teremos uma discussão bem interessante no futuro sobre escolhas ainda mais precisas de acordo com características clínicas e anatômicas desses pacientes.

Literatura Sugerida: 

1 – Makkar R, Zahr F, Chakravarty T, et al; CLASP IID Trial and Registry Investigators. CLASP IID Trial and Registry: 2-Year Outcomes of Transcatheter Repair for Degenerative Mitral Regurgitation. JACC Cardiovasc Interv. 2025 Oct 13;18(19):2392-2404.

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