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PARTNER 3 – 7 anos

Embasamento para assintomáticos?

Um dos pontos que sempre eram levantados nos debates sobre as comparações de TAVI versus cirurgia para estenose aórtica era o acompanhamento a longo prazo e de fato, esse era um ponto importante na discussão, pois a cirurgia convencional era um método já testado há mais de 50 anos.

Com os resultados bem positivos que encontramos no PARTNER 1 comparando pacientes inoperáveis ou aqueles de alto risco cirúrgico, o método transcateter virou uma tendência e isso motivou a sequência de trials que tratavam com pacientes cada vez com menor risco cirúrgico pré-procedimento.

Embora hoje a fronteira da discussão seja a questão dos pacientes assintomáticos e seus marcadores de gravidade, o acompanhamento a longo prazo dos pacientes de baixo risco cirúrgico envolvidos no PARTNER 3 completou 7 anos e alguns pontos merecem destaque.

Em todos os desfechos tivemos similaridade entre os braços submetidos a cirurgia convencional ou TAVI.

Quando olhamos o desfecho primário que é o composto de morte, AVC e reinternação, os números após 7 anos são bem semelhantes mostrando que ambas as técnicas tem evoluções satisfatórias já chegando em um acompanhamento de médio para longo prazo.

O tempo médio livre de eventos ao longo dos 7 anos foi melhor no grupo TAVI, muito provavelmente pela diferença no ponto reinternação hospitalar, mas essa diferença após o primeiro ano desaparece estando os dois métodos iguais.

Pontos outros como durabilidade do dispositivo ou mesmo deterioração de bioprótese ficaram semelhantes mostrando que próteses de nova geração tem excelente durabilidade e perfil hemodinâmico.

Outros desfechos como necessidade de marcapasso, bloqueios de ramo ou leak paraprotético, como era de se imaginar, foram maiores no grupo TAVI utilizando as próteses à época e com as técnicas de implante também à época. Na contramão, fibrilação atrial foi mais comum no grupo cirurgia.

Um ponto de atenção que essa publicação nos trouxe foi a maior incidência de infarto agudo do miocárdio no grupo TAVI entre 5 e 7 anos de acompanhamento. Uma das explicações possíveis para isso é a revascularização incompleta em muitos casos que foram randomizados para o grupo TAVI.

Uma possibilidade menos comum seria a hemodinâmica de perfusão coronariana diferente entre as próteses, favorecendo uma possível aterosclerose acelerada no grupo TAVI, mas sem nenhuma evidência até o momento.

Embora esses achados solidifiquem o TAVI como terapia eficaz em pacientes sintomáticos de baixo risco cirúrgico, nos traz informações preciosas no acompanhamento a longo prazo pensando também nos casos assintomáticos que hoje são tão discutidos…

Literatura Sugerida: 

1 – Leon MB, Mack MJ, Pibarot P, et al; PARTNER 3 Investigators. Transcatheter or Surgical Aortic-Valve Replacement in Low-Risk Patients at 7 Years. N Engl J Med. 2025 Oct 27. 

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