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Ansiedade e Valvopatia

Como devemos manejar?

A abordagem intervencionista tem se desenvolvido de diversas formas e grandes centros de referência tem se destacado no manejo dos pacientes portadores de cardiopatia estrutural.

O chamados Valve Centers tem sido estruturados para melhorar a expertise da equipe que atua em ambiente de Heart Team e lida com casos complexos de forma rotineira.

Aspectos psicológicos são conhecidos há anos na cardiologia como fator determinante para desfechos e também são assinalados para evoluções após intervenção que impactem diretamente no aspecto social e emocional dos pacientes. É comum encontrarmos história de depressão e ansiedade em pacientes portadores de cardiopatia e que se submetem a algum procedimento cirúrgico, impactando diretamente na qualidade de vida desses indivíduos.

Recentemente tentou-se entender melhor o impacto na qualidade de vida dos pacientes submetidos a cirurgia valvar, pois boa parte dessa casuística presente na literatura se dirige a pacientes portadores de doença arterial coronariana.

Um ponto diferente é que muitas vezes o paciente coronariano vai para intervenção com um histórico relevante de agudização da doença, diferente do paciente valvopatia e isso poderia impactar a percepção e expectativas com relação ao procedimento em si.

Vale ressaltar que a expectativa com relação ao procedimento é impactada diretamente por questões psicológicas, genéticas e neurobiológicas, como estado de euforia, personalidade e ansiedade.

O estilo de enfrentamento a dificuldades que o paciente apresenta também pode ser relevante nesse contexto.

Viu-se que pacientes muito queixosos e com diversas dúvidas antes do procedimento de doença valvar são os que mais referem baixa qualidade de vida após a intervenção. De forma objetiva, assinalou-se a presença de ansiedade como um marcador relevante dessa evolução e uma abordagem abrangente de equipe multidisciplinar nesses casos poderia apresentar benefícios relevantes no pós-operatório imediato e os dias subsequentes.

Uma abordagem com consultas esclarecedoras antecedendo 15 dias o procedimento direcionadas para alinhamento de expectativas, orientação dos próximos passos e acolhimento com relação a queixas ansiosas resulta em evolução positiva além do simples sucesso técnico da intervenção.

Fazer parte do Heart Team não é apenas burilar a capacidade técnica e as ferramentas diagnósticas, mas é aprimorar também uma habilidade inerente e exclusiva do ser humano, acolhimento que deve ser exercido por todos os integrantes da equipe de saúde que esteja nesse ambiente.

Literatura Sugerida: 

1 – Horn N, Gärtner L, Rastan AJ, et al. Effects of a preoperative psychological expectation-focused intervention in patients undergoing valvular surgery – the randomized controlled ValvEx (valve patients’ expectations) study. Am Heart J. 2025 Apr;282:156-169.

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