fbpx

Lipoproteína (a) na Cardiopatia Estrutural

Novo horizonte?

É de conhecimento dos cardiologistas que atuam em cardiopatia estrutural que determinadas comorbidades impactam diretamente a evolução das valvopatias degenerativas. Dentro desse contexto, a dislipidemia é uma das variáveis quase sempre presente em casos de calcificação valvar, seguindo o mesmo racional fisiopatológico da doença arterial coronariana.

Pensando em próteses biológicas o mecanismo parece ser o mesmo, pensando em deterioração de dispositivo. Conforme a classificação mais recente sobre deterioração de bioprótese, pacientes que evoluam com calcificação dos folhetos apresentam deterioração estrutural e isso tem impacto direto na sintomatologia e também na sobrevida dos pacientes.

Recentemente a avaliação da lipoproteína a passou a figurar nas mesas de discussão em boa parte na doença coronariana microvascular, mas algumas análises têm correlacionado essa comorbidade também a deterioração de biopróteses.

Em uma análise de banco de dados, buscou-se estabelecer alguma correlação entre pacientes que haviam recebido em algum momento uma prótese biológica, sua evolução e os níveis de lipoproteína a.

Em uma primeira observação, os níveis séricos não eram diferentes entre pacientes que apresentavam à tomografia níveis elevados de calcificação na prótese e aqueles com ausência de calcificação, mas quando houve uma melhor estratificação das medidas de lipoproteína a, a situação mudou um pouco.

Avaliações do tamanho polimófico pequeno da lipoproteína a, marcado por cópias Kringle-IV trouxe uma forte correlação de deterioração de bioprótese e presença de doença microvascular clinicamente significativa nos pacientes.

Além da avaliação do cálcio pela tomografia, achados funcionais de gradiente transprotético pela ecocardiografia também se mostraram correlacionados a essa estratificação mais detalhada da lipoproteína a, o que não ocorre em níveis séricos sem essa estratificação.

Dessa forma, tamanhos polimóficos de lipoproteína a são correlacionados a deterioração de dispositivos biológicos e não apenas a dosagem sérica de lipoproteína a, como imaginamos inicialmente.

É importante notar que temos acompanhado com entusiasmo a evolução tecnológica dos dispositivos biológicos com tecido cada vez mais adequado a suportar muitos anos elevando a durabilidade num contexto de lifetime management, mas talvez tenhamos outra variável a tomar conta.

Será que estamos chegando no momento de incluir definitivamente a análise aprofundada de lipoproteína a no screening e tomada de decisão dos pacientes com cardiopatia estrutural ou que tenham próteses biológicas? E mais, será que seu tratamento pode impactar essa evolução?

Literatura Sugerida: 

1 – Capoulade R, Croyal M, Senage T, et al. Polymorphic Size of Lipoprotein(a) and Structural Bioprosthetic Valve Degeneration. JACC Cardiovasc Imaging. 2025 Oct;18(10):1167-1169.

Confira o artigo completo

Compartilhe esta postagem

Privacidade e cookies: Este site usa cookies. Ao continuar no site você concorda com o seu uso. Para saber mais, inclusive como controlar cookies, veja aqui: Política de cookie

As configurações de cookies deste site estão definidas para "permitir cookies" para oferecer a melhor experiência de navegação possível. Se você continuar a usar este site sem alterar as configurações de cookies ou clicar em "Aceitar" abaixo, estará concordando com isso.

Fechar