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Prótese Mecânica Polimérica

Nova tecnologia. Uma revolução?

Quando discutimos sobre intervenção em cardiopatia estrutural, temos em mente diversos dispositivos que podem ser usados de formas diferentes. Dispositivos de implante percutâneo ou mesmo dispositivos de implante cirúrgico convencional, mas um ponto que sempre entra em debate é se estaríamos lidando com dispositivos mecânicos ou biológicos.

Obviamente esse ponto traz debate, pois temos a questão da balança entre trombose e sangramento e deterioração dos dispositivos ao longo dos anos.

Diante desse cenário, recentemente um novo dispositivo foi desenhado para trazer alguma novidade a esse perfil. Uma confecção de uma prótese totalmente polimerizada no formato dos dispositivos biológicos. Folhetos compostos de polímeros sintéticos trabalhados exclusivamente para melhorar a performance frente à utilização de pericárdio bovino ou porcino.

Os primeiros casos que receberam esse dispositivo foram acompanhados por um ano apresentando dados interessantes.

O perfil hemodinâmico estava mantido ao longo do acompanhamento e era similar aos dispositivos já disponíveis no mercado com tecido animal.

Nenhum sinal de deterioração do dispositivo, trombose ou calcificação foi notada em exames de imagem após o período de acompanhamento.

Vale ressaltar que nesse momento do estudo, todos os pacientes tiveram prescrição de varfarina com INR de alvo de 2,5. Dois casos não fizeram uso e apresentaram trombose nos primeiros 3 meses do acompanhamento.

Interessante ressaltar que essa possibilidade de tecnologia vem para trazer um incremento pensando em casos de deterioração e abre oportunidades para investigação sobre regime de anticoagulação nessa população, embora ainda faça uso da varfarina como dispositivos mecânicos tradicionais.

Outro ponto é que, por questões de desenho estrutural, esse pode ser um dispositivo não biológico que no futuro possa servir de dock para um valve-in-valve, embora a deterioração ainda não se mostrou uma evolução nesses novos dispositivos.

Embora ainda esteja em fases iniciais, existe sim um otimismo nessa linha de pesquisa, visto que a indústria tem investido cada vez mais em encontrar materiais e tratamentos para folhetos que propiciem maior durabilidade aos dispositivos e essa tecnologia pode revolucionar esse mercado.

Boa parte da coorte avaliada é de pacientes com cardiopatia reumática o que também pode trazer algum grau de viés nos achados tromboembólicos mais frequentes nessa população.

Com pouco tempo de follow-up, ainda não podemos falar sobre durabilidade de forma definitiva e aspectos sobre anticoagulação ainda estão abertas, como por exemplo, devemos usar a varfarina, podemos suspender ou será uma nova janela de oportunidade para os DOAC’s? Isso só os próximos anos vão nos responder…

Literatura Sugerida: 

1 – George I, Rao DP, Jain A, Ascione G, Sharma M, Meharwal ZS, Sarkar B, Kochar N, Gan MD, Shastri N, Runt J, Whisenant B, Wilson B, Kiser A, Leon MB, Pandey K. 1-Year Results From a Multicenter Trial of a Polymer Surgical Mitral Valve: Insights Into New Technology. J Am Coll Cardiol. 2025 Aug 19;86(7):515-526.

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