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Ablação por Radiofrequência

Paciente com Prótese Mecânica

Pacientes que se submetem a correção de valvopatia mitral tem elevada prevalência de fibrilação atrial e que, algumas vezes, se manifesta tardiamente, anos após a correção cirúrgica da valvopatia.

Uma abordagem recente dessa comorbidade é a ablação por radiofrequência através de cateteres, mas na presença de próteses valvares, algumas complicações podem ocorrer como danificação da estrutura protética ou mesmo aprisionamento do cateter em algum elemento móvel e necessidade de abordagem a céu aberto.

Uma não tão recente publicação avaliou desfechos desse procedimento nesse tipo de pacientes com resultados interessantes. Inicialmente o procedimento se mostrou seguro, não sendo necessária nenhuma abordagem cirúrgica de urgência.

O retorno ao ritmo sinusal foi alcançado com uma média de 1,5 ablações por paciente que não estava em uso de droga antiarrítmica. Ainda trouxe uma reversão ao ritmo sinusal em 83% dos pacientes que fizeram uso de terapia medicamentosa antiarrimica sem sucesso, sendo apenas 17% deles ainda resistentes ao uso do medicamento.

Mas um dado é interessante. Como esse tipo de paciente costuma ter átrios bem dilatados e áreas cicatriciais importantes, as taxas de sucesso de ablação por radiofrequência são menores do que quando comparamos com outros tipos de pacientes.

Uma parte considerável desses pacientes, em mapeamento eletroanatômico demonstravam ter sido submetidos a procedimento de Maze previamente e tinham flutter atrial na linha de base. Esses eram os que apresentavam maior recorrência e falha do procedimento eletrofisiológico.

Aparentemente o procedimento é seguro e tem determinada eficácia, mas o tempo de fluoroscopia é maior e demanda uma atenção e cuidado extras para evitar acidentes em uma anatomia tão alterada.

Um ponto não muito habitual é que nesse estudo, o procedimento foi guiado por ecocardiografia intracavitária, procedimento não muito frequente no Brasil e que eleva bastante os custos envolvidos. Isso trouxe maior segurança ao procedimento, associado a controles muito rigorosos de INR. O uso da varfarina foi continuado durante o procedimento, não tendo sido feito ponte para uso de heparina.

Assim, trata-se de um procedimento seguro, mas tecnicamente desafiador. Os resultados são interessantes em ablações realizadas com determinado refinamento técnico e em mãos experientes.

Literatura Sugerida: 

1- Hussein AA, Wazni OM, Harb S, et al. Radiofrequency ablation of atrial fibrillation in patients with mechanical mitral valve prostheses safety, feasibility, electrophysiologic findings, and outcomes. J Am Coll Cardiol. 2011 Aug 2;58(6):596-602.

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