EVOLUT 5 anos

O tempo vai passando e aspectos que são levantados como boas hipóteses podem ou não ser confirmados. Quando vieram as publicações sobre TAVI sendo comparado com cirurgia convencional em pacientes de baixo risco cirúrgico, tivemos diversas manifestações de personalidades importantes da cardiologia mundial sobre uma verdadeira mudança de era na intervenção da cardiopatia estrutural.

Lá em 2019, a comparação de próteses TAVI autoexpansíveis com a cirurgia apontou para um resultado de não inferioridade nos desfechos duros considerados de forma rotineira, como mortalidade e AVC, mas uma série de indagações ainda ficavam em aberto.

Ao final de 5 anos de acompanhamento os dados do desfecho primário se mantêm em pé de igualdade entre os métodos avaliados e em alguns desfechos secundários a TAVI acabou sendo melhor como no caso de performance hemodinâmica da prótese e fibrilação atrial.

A taxa de necessidade de marcapasso foi maior no grupo de pacientes tratados com acesso percutâneo, o que também já era visto em fases iniciais de acompanhamento clínico.

Agora falando sobre um forte questionamento desde as publicações desses trials é a durabilidade dos dispositivos que, por mais que sejam semelhantes entre sí, não haviam sido testados na vida real como já são testados os dispositivos implantados pela cirurgia convencional.

Ao longo dos 5 anos de acompanhamento os resultados são semelhantes entre os braços e apresentam resultados muito positivos, com baixas taxas de deterioração estrutural dos dispositivos, independente de quais sejam.

Eventos como trombose de prótese também ocorreram em baixíssima prevalência em ambos os braços do estudo.

Nos poucos casos em que foi necessária uma abordagem cirúrgica por disfunção da prótese implantada, independentemente se foi uma re-operação convencional ou mesmo um explante cirúrgico do TAVI, os desfechos foram semelhantes nos grupos.

Esses são dados que reafirmam os achados das primeiras publicações após 5 anos de acompanhamento, reafirmando ser essa modalidade de tratamento uma boa alternativa para esses pacientes também de risco cirúrgico baixo.

Vale ressaltar que, para aqueles que já traziam as críticas ao procedimento TAVI, esse acompanhamento ainda é pequeno e suscita dúvidas em relação à durabilidade dos dispositivos ainda, visto que passaremos a entender melhor esse comportamento com acompanhamentos superiores a 10 anos, portanto ainda temos combustível para essa discussão.