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Valve-in-Valve Aórtico

Resultados semelhantes ao TAVI

O conhecimento do TAVI trouxe uma série de avanços nas possibilidades de tratamento dos pacientes que apresentavam estenose aórtica e cirurgicamente não eram muito adequados.

Com o avançar da técnica e desenvolvimento de tecnologias que melhoraram o procedimento, novos pacientes passaram a ser contemplados, incluindo um novo tipo de tratamento, o valve-in-valve aórtico, ou seja, um paciente que em algum momento implantou uma prótese cirúrgica convencional biológica e essa apresenta deterioração. Nessa condição, uma reoperação poderia ser desafiadora, mas atualmente existe a possibilidade de implantar uma prótese TAVI dentro dessa prótese cirúrgica convencional, mas diferente do que encontramos nas valvas nativas, alguns aspectos e possíveis complicadores devem receber atenção diferenciada.

Para entendermos esses desfechos, tentar comparar os pacientes que receberam TAVI com esses que receberam o valve-in-valve aórtico pode ser um bom início de investigação.

Diante da crescente casuística de casos de pacientes que implantaram próteses biológicas e que entraram em disfunção, principalmente pelo aumento da expectativa de vida dos indivíduos, ter essa possibilidade de tratamento seria muito interessante para o cardiologista clínico, que é quem vive o dia a dia dos pacientes com próteses disfuncionantes.

Em um banco de dados dinamarquês, vemos que os indivíduos que se submeteram ao valve-in-valve costumavam ser mais jovens do que aqueles que implantaram o TAVI de forma tradicional, mas apresentavam mais comorbidades e eram mais frágeis de forma geral.

Não se encontrou, do ponto de vista estatístico, uma maior chance de mortalidade ou mesmo de reinternação hospitalar nos pacientes submetidos ao valve-in-valve.

Para interpretarmos esses achados, temos que conhecer em detalhes o procedimento em si e entender possíveis complicações. Pacientes que se submetem ao valve-in-valve, devem ter em seu rastreio o risco de obstrução de coronárias muito bem estabelecido. Visto isso, os pacientes que eram de alto risco foram eliminados dessa comparação com o TAVI convencional.

Outro aspecto é o risco de mismatch, que seria traduzido em uma área protética efetiva ao final do procedimento muito pequena para as demandas do paciente. Mesmo que exista a chance de uma tentativa de fratura de anel protético visando melhorar a expansão da prótese, esse é um risco de complicação que não pode ser ignorado e próteses muito pequenas, como de tamanho 19 ou 21 acabam não comportando uma prótese TAVI interna.

Eliminando esses riscos em um screening bem executado, os desfechos são similares entre esses pacientes, apontando para a ideia de que o procedimento em si é seguro e tem bons resultados, mas se a escolha for inadequada, os desfechos podem ser trágicos, como em qualquer área da intervenção cardiovascular.

Literatura Sugerida: 

1 – Begun X, Butt JH, Kristensen SL, et al. Patient Characteristics and Long-term Outcomes in Patients Undergoing Transcatheter Aortic Valve Implantation in a Failed Surgical Prosthesis versus in a Native Valve: A Danish nationwide study. Am Heart J. 2023 May 11:S0002-8703(23)00118-7.

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