Esforço na Insuficiência Aórtica

Esforço na Insuficiência Aórtica

Melhora o volume regurgitante?

Quando estudamos sobre a insuficiência aórtica na faculdade, um dos aspectos que mais chama a atenção é que a bradicardia ocasionada pelo repouso poderia ser a responsável por aumentar o volume regurgitante e causar ainda mais sobrecarga no ventrículo esquerdo.

De forma oposta, a atividade física elevaria a frequência cardíaca e reduziria esse volume de sangue que retorna, simplesmente pela redução do tempo diastólico, mas o impacto clínico disso nunca foi bem definido. Até porque os sintomas poderiam aparecer no esforço.

Para tentarmos entender esse aspecto fisiopatológico, pacientes com insuficiência aórtica importante no estágio C1, ou seja, assintomáticos e com fração de ejeção preservada foram observados no pico do esforço e tiveram os volumes de sangue regurgitante calculados.

De fato, indivíduos apresentavam redução da fração regurgitante no pico do esforço, aparentemente pela redução do tempo diastólico e pela vasodilatação periférica reduzindo a pós-carga.

Um fato curioso é que a acomodação do volume extra no ventrículo esquerdo parece ser benéfica, em fases iniciais, para a atividade física, sendo a performance do VE melhor para elevar o débito cardíaco.

Uma conclusão que podemos tirar disso é que o condicionamento físico adequado leva a uma adaptação ventricular mais exuberante, levando a respostas positivas no pico do esforço. Aqui poderíamos dizer que temos um ciclo virtuoso. Mais condicionamento leva a melhor performance de bomba e menor volume regurgitativo.

Mas que fique claro, até o momento, não há evidência de que isso tenha impacto na evolução clínica e sobrevida desses pacientes. Por hora, trata-se apenas de um modelo fisiopatológico hemodinâmico.

Literatura Sugerida:

1 – Forteza Albertí JF, Noris Mora M, Carrillo López A, et al. Changes in the severity of aortic regurgitation at peak effort during exercise. Int J Cardiol. 2017 Feb 1;228:145-148.

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