O Ciclo Cardíaco – Parte IV

Como conhecemos da fisiologia cardiovascular geral, a pressão dentro do átrio esquerdo é bem menor do que a pressão da aorta e aqui temos a explicação. Para iniciar a ejeção de sangue, devemos ter um tempo de contração isovolumétrica do ventrículo esquerdo, fase que não temos a passagem de sangue pela valva estenosada.

Quando observamos a doença na valva mitral, um pequeno acréscimo da pressão ventricular já é o suficiente para ejetar o sangue no interior do átrio, portanto, o sopro se inicia bem antes, borrando a percepção sonora das bulhas que delimitam o período sistólico. Na estenose aórtica, o sopro se inicia milésimos de segundo após a B1 e se encerra também antes da B2, já na insuficiência mitral, o sopro se inicia praticamente junto da B1 e se encerra junto da B2.

Assim como temos um período de contração isovolumétrica, em que a pressão do interior do ventrículo vai se elevando até que ultrapasse a raiz da artéria, temos o período de relaxamento isovolumétrico.

Esse relaxamento ocorre quando o ventrículo cessa a contração e inicia o relaxamento. A pressão intracavitária vai caindo e as valvas ventrículo-arteriais se fecham. Nesse momento a pressão continua caindo e o período só se encerra quando a pressão ventricular é menor do que a atrial e inicia-se o fluxo de sangue diastólico. 

Assim, temos que, entre o fechamento das valvas aórtica e pulmonar e a abertura das valvas mitral e tricúspide, os ventrículos se encontram em relaxamento isovolumétrico.