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Estenose Aórtica

Insights da Epidemiologia – Parte 1

Avaliar a estenose aórtica tem alguns espectros interessantes que merecem destaque. Sem sombra de dúvidas, a fisiopatologia da doença é uma extremamente interessante e já foi abordada diversas vezes aqui em nossa plataforma.

Agora, indo um pouco além, sem termos em mente os conceitos da fisiopatologia, vamos direcionar nossa atenção para dados epidemiológicos para tentar responder questionamentos acerca da incidência da patologia, tratamento adequado e sobrevida ao longo dos anos.

Algumas publicações nos trazem dados que parecem conflitantes, mas, olhando pelo ângulo certo, não são.

Dados populacionais de centros em desenvolvimento, mostram que a incidência da estenose aórtica nos últimos 20 anos chegou a se elevar em 15 vezes. Dados do mesmo período, mas de centros já desenvolvidos mostram uma incidência estável dessa doença.

Afinal, qual das duas publicações estariam certas?

De fato, temos as duas corretas, mas que traduzem aspectos diferentes da maturidade dos sistemas de saúde e também do acompanhamento e conhecimento dos pacientes.

Os dados obtidos nos países em desenvolvimento nos mostram uma leitura de melhoria dos métodos diagnósticos e a “descoberta” dos pacientes portadores de Estenose aórtica. Eles tinham a doença, mas as equipes de saúde nem faziam o diagnóstico.

Já nos países desenvolvidos, o diagnóstico já era melhor realizado há 20 anos, mas como a doença coronariana, a estenose aórtica não tem subido sua incidência muito pelo controle dos fatores de risco que são comuns às duas doenças.

Então, partindo desse pressuposto, temos que a incidência parece estar estabilizada em países com determinado conhecimento dos benefícios do controle dos fatores de risco e os dados sugerem a incidência diagnóstica de pouco mais e 50 casos de estenose aórtica para cada 100 mil pacientes por ano.

Há uma prevalência discretamente maior nos homens do que nas mulheres ao longo dos últimos anos e as características hemodinâmicas da estenose aórtica, embora seja um grande debate atualmente como nos casos de baixo gradiente, também parecem estáveis em suas apresentações.

Observando apenas as mulheres, há uma tendência de leve redução da prevalência ainda não explicada adequadamente, bem como uma densidade de cálcio menor do que dos homens, em geral, mas isso ainda demandaria uma investigação dedicada e mais aprofundada.

Vale ressaltar que em populações que tiveram um aumento no número geral de indivíduos, o número de pacientes com estenose aórtica que demandam tratamento aumentou, mas mantendo a proporção estável.

Literatura Sugerida: 

1 – Benfari G, Essayagh B, Michelena HI, Ye Z, Inojosa JM, Ribichini FL, et al. Severe aortic stenosis: secular trends of incidence and outcomes. Eur Heart J. 2024 Jun 1;45(21):1877-1886. doi: 10.1093/eurheartj/ehad887. Erratum in: Eur Heart J. 2024 Jun 1;45(21):1900.

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