Sopro da Insuficiência aórtica – Parte 4
Seguindo com os achados secundários à pressão arterial divergente, o exame físico de determinadas regiões do corpo pode nos dar informações sobre a gravidade do quadro.
A cabeça do paciente pode oscilar junto dos batimentos cardíacos e esse achado é considerado o sinal de Musset. Esses pacientes, quando inspecionados em sua orofaringe costumam apresentar a pulsação da úvula, sendo esse o sinal de Muller.
Examinando o olho desse paciente, podemos encontrar outros achados. A pulsação da íris recebe o nome de sinal de Landolfi e, em caso de realizar o exame do fundo de olho, a pulsação da retina recebe o nome de Becker.
O exame físico dos pacientes portadores de valvopatias deve ser minucioso, como o leitor já vem percebendo, visto inúmeros achados até esse momento. Ao examinar a mão desse indivíduo, ao visualizar a pulsação do leito ungueal, encontramos o sinal de Quincke. Esse achado pode ser sensibilizado com a iluminação da ponta do dedo do paciente com uma fonte luminosa, como a luz de um celular, em um ambiente escuro.
Como dissemos sobre a ausculta dos pacientes, auscultar o pescoço é uma manobra fundamental. Aqui, nesse momento, a simples inspeção pode nos dar um achado interessante. A pulsação dos vasos do pescoço é chamada de dança das artérias, ou sinal de Corrigan. Inclusive, ao realizar a escopia ecocardiográfica das carótidas, podemos documentar o balançar desse vaso.
Dito isso, seguimos na pesquisa de pulsações, como o exemplo da pulsação do fígado, denominado de sinal de Rosenbach, a pulsação do baço, chamado de sinal de Sailer e até mesmo a pulsação do colo uterino, denominado de sinal de Shelly.
Em alguns casos, o ato de cruzar as pernas ao se sentar, faz um membro se apoiar sobre a artéria poplítea que pode apresentar essa amplitude de pulsação. Nesses casos, ocorre um movimento repetido de balançar do membro inferior, sendo chamado de sinal de Lincoln. Esse achado é mais comum em pacientes portadores de síndrome de Marfan que desenvolvem insuficiência aórtica importante.
Ao efetuar a ausculta da artéria femoral, dois sinais podem ser percebidos, o sinal de Traube ou “pistol shot”, que são ruídos tanto na sístole, quanto na diástole e o sinal de Duroziez, com sopro sistólico quando se comprime a artéria proximalmente e diastólico com compressão distal.