Na cardiopatia estrutural muito dos resultados que colocamos na mesa para debate acabam sendo comparados com os resultados que vemos nas técnicas cirúrgicas desenvolvidas ao longo de décadas. Isso parece um ponto paradoxal, visto hoje termos o surgimento de diversas tecnologias, mas na imensa maioria das vezes o resultado final que é considerado como padrão-ouro vem de uma técnica cirúrgica convencional presente na prática clínica há anos.
Por exemplo a técnica de reparo valvar mitral em doença degenerativa tem resultados satisfatórios e sabemos que quando a patologia está no folheto anterior, os resultados, tecnicamente, parecem ser menos desafiadores.
Levando isso para a comparação da clipagem transcateter, alguns aspectos nos mostram ser diferentes.
A clipagem pode ser realizada em uma diversidade de alterações anatômicas do aparato valvar mitral, mesmo que algun desses tipos sejam considerados desafiadores. Isso ocorreu com os anos de aprendizado da técnica, diferente dos trials que iniciaram esse procedimento.
Aparentemente, quando olhamos desfechos duros e segurança do procedimento, a clipagem se mostrou positiva independente do local exato da lesão propriamente dita.
Na técnica cirúrgica o tempo que se demanda para a correção da estrutura anatômica tem impacto direto e significativo nos desfechos, muito pelo tempo de circulação extracorpórea. O mesmo não pode ser dito do procedimento transcateter.
Embora tenhamos algum grau de maior risco de lesão renal por excesso de contraste em casos mais complexos, o paciente está em circulação espontânea durante o procedimento, reduzindo demais o impacto inflamatório.
Também conta a favor o desenvolvimento tecnológico notado nos dispositivos de clipagem que com correções a atualizações consegue oferecer um resultado melhor e que abranja maior número de anatomias que antes poderiam ser consideradas contraindicadas.
Aqui trazemos novamente uma visão fundamental que todo cardiologista deve ter de forma clara. Os procedimentos percutâneos, por mais que tenham que ser comparados com os procedimentos cirúrgicos para entendermos seu impacto, não vieram, de forma alguma para substituir esses procedimentos. Vieram para aumentar as chances de alguns pacientes serem tratados de suas valvopatias, que em condições de décadas atrás seriam tratados de forma muito arriscada para o status momentâneo do paciente ou seriam encaminhados a uma terapêutica paliativa.
Assim a abordagem percutânea é possível e tem bons resultados independente se a lesão valvar está no folheto anterior ou posterior. Da mesma forma temos a abordagem cirúrgica, mas os resultados podem separar os procedimentos em níveis de predileção de acordo com a anatomia, mas nunca substituir uma técnica já consagrada e validada.
Literatura Sugerida:
1 – Stocker TJ, Hausleiter J. Anterior, Posterior, or Bileaflet Mitral Valve Pathology: No Reason to Worry With M-TEER! JACC Cardiovasc Interv. 2025 Apr 14;18(7):909-911.
Click Valvar#631 – Resultados em Clipagem Mitral
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