Qual a leitura?
A ecocardiografia avançou muito nos últimos anos, nos trazendo novos métodos diagnósticos, novas avaliações de características funcionais e hemodinâmicas e mais, a padronização de diversos parâmetros para nos ajudar a graduar as Valvopatias e estabelecer relações prognósticos com diversos marcadores.
O strain miocárdico que antes era tratado como aspecto para pesquisas, hoje já tem sua aplicabilidade clínica estabelecida, constando nas diretrizes e adotando um papel cada vez mais importante no screening e melhor estratificação precoce desses indivíduos.
Um método recente que tem sido muito discutido é o strain de átrio esquerdo. Baseado na mesma ideia de medir o grau de deformação, o uso desse método no átrio direito difere um pouco do ventrículo, muito por termos um comportamento funcional diferente entre as cavidades.
No átrio, o strain avalia as três fases do ciclo, a fase de reservatório, a fase de condução e a fase de contração.
A fase de reservatório é a primeira a ser afetada por uma regurgitação mitral, elevando as pressões sistólicas no interior do átrio, bem como seu volume final.
Em fases mais avançadas, com a dilatação do átrio esquerdo, sua pressão interna para de se elevar com a presença da regurgitação, voltando o strain dessa fase aos valores normais de antes da Valvopatia, embora possamos ver alteração anatômica franca com dilatação atrial.
Com o passar do tempo, uma certa rigidez da parede do átrio esquerdo vai sendo desenvolvida, o que eleva a pressão no interior dessa cavidade dificultando a passagem de sangue das veias pulmonares para o interior do ventrículo esquerdo.
De forma paramétrica, os dados obtidos do strain de átrio esquerdo da fase de reservatório têm sido correlacionados a determinados desfechos, buscando trazer essa tecnologia e dados para a prática clínica.
Observando os pacientes do COAPT trial, em que pacientes com regurgitação mitral funcional desproporcional foram avaliados após o implante de mitraclip, o strain de reservatório atrial melhorou mais nos casos que tiveram o clip implantado e que estavam numa condição melhor no pré-procedimento, com ventrículos menores, sem correlação com o tamanho atrial.
Essa melhora esteve correlacionada com melhora na mortalidade desses pacientes, bem como melhora fração de ejeção e implante de MitraClip.
Como era de se imaginar, em novas tecnologias e parâmetros, o estudo começa em uma suspeita clínica como vemos no strain atrial. Muitas críticas ainda são destinadas ao método, como falta de padronização entre marcas de aparelhos, pouca comprovação em desfechos clínicos, dificuldade de avaliação adequada em coortes distintas, como regurgitação primária, secundária e suas diversas características e até mesmo tentar entender se estamos diante de um marcador ou de um achado fisiológico mais profundo.
Dentro desse contexto já existem algums evidências de que o tratamento clínico medicamentoso para insuficiência cardíaca com queda na fração de ejeção possa também ter impacto positivo nos valores do strain atrial de reservatório, o que levanta a ideia de que muito estudo sobre esse dado precisa ser feito, mas talvez estejamos diante de uma nova boa ferramenta para entendermos bem a insuficiência mitral e a função do átrio esquerdo além de uma simples cavidade com repercussão elétrica em uma fibrilação atrial.
Literatura Sugerida:
1 – Nagueh SF. The Case for Measurement of Left Atrial Strain in Patients With Mitral Regurgitation. JACC Cardiovasc Imaging. 2024 Jun 11:S1936-878X(24)00186-4.
Click Valvar#558 – Strain de AE
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