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AVC no TAVI

Ressonância ganhando voz

Alguns dos pontos de atenção de quando nos propomos a realizar uma intervenção na doença valvar são as complicações que podemos experimentar ao longo dessa jornada. As famosas cinco maiores preocupações são sangramento, disfunção renal, necessidade de marcapasso, formação de Leak paraprotético e o foco da nossa atenção hoje, acidente vascular encefálico.

Sabemos que na estenose aórtica, realizando um TAVI nós reduzimos o risco de AVC, quando comparamos com a cirurgia convencional, mas mesmo assim, devemos estar sempre atentos a esse risco.

Algumas publicações tentavam entender a ocorrência de eventos cerebrovasculares e a repercussão clínica que pudéssemos encontrar, sempre com dados relativamente conflitantes.

O maior risco de eventos se encontra até 72 horas após o procedimento e pode ocorrer também pela liberação de debris na manipulação da valva aórtica pelos cateteres.

Uma avaliação baseada em imagens do sistema nervoso central usando ressonância antes da alta hospitalar de pacientes após TAVI nos trouxe algumas informações alarmantes.

Cerca de 85% dos pacientes apresentam algum grau de lesão isquêmica após a realização de TAVI, sendo que aparentemente, o número de lesões e seu volume se correlacionam com a repercussão clínica e possível limitação funcional. Alguns dados apontam para um ponto de corte para surgir repercussão clínica em torno de 450mm3

Atualmente não temos trabalhos que suportem um grande benefício clínico do uso dos protetores cerebrais durante o TAVI, mas utilizando esses métodos diagnósticos de imagem do sistema nervoso central e essa elevada prevalência de desfechos, fica cada vez mais claro que sua indicação e utilização são justificadas.

Mesmo que seja uma complicação infrequente, seu impacto negativo tanto em sobrevida, quanto em qualidade de vida merecem uma atenção redobrada para buscarmos evitar esse desfecho ativamente.

Diante dessa repercussão potencialmente significativa, a substituição no rastreio da clínica pelo exame de imagem parece ser um caminho mais seguro para entendermos melhor as indicações de medidas protetivas ao AVC peri-procedimento.

Ainda temos a necessidade de padronização da aquisição dessas imagens e disseminação do método que não é tão comum assim pelos centros de assistência que realizam TAVI, mas parece sim uma abordagem promissora e um passo para buscarmos mais segurança no procedimento.

Literatura Sugerida: 

1 – Lansky AJ, Grubman D, Dwyer MG 3rd, et al. Clinical Significance of Diffusion-Weighted Brain MRI Lesions After TAVR: Results of a Patient-Level Pooled Analysis. J Am Coll Cardiol. 2024 Aug 20;84(8):712-722.

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