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Biomarcadores da Estenose Aórtica

Seria a fronteira?

O manejo das doenças valvares vem se modificando nos últimos anos e cada vez mais vemos estratificações mais sensíveis dos pacientes que apresentam lesões hemodinamicamente significativas. O objetivo disso é buscar o ponto ideal de uma determinada indicação de intervenção, visto que atualmente, apenas essa medida é capaz de alterar a curva de mortalidade de uma valvopatia.

Agora imaginemos ser possível, antes mesmo de termos repercussões hemodinâmicas nas câmaras cardíacas, identificarmos os pacientes que necessitariam de intervenção. Isso nos aproximaria do ponto ideal da cirurgia?

Alguns marcadores séricos já são identificados como marcadores prognósticos na estenose aórtica e esse seria um bom ponto de partida para traçarmos uma linha de raciocínio.

Valores de BNP ou de lipoproteína (a) se correlacionam tanto com gravidade, quanto maior risco de desenvolvimento evolução da doença valvar aórtica calcífica.

Recentes linhas de pesquisa trazem novas proteínas que poderiam ser dosadas e apontar para um grupo de pacientes com um perfil mais grave ou maior predisposição a desenvolvimento de estenose aórtica. Além dos já discutidos, o PCSK9 e o fator de Von Willebrand foram encontrados em coortes de pacientes com estenose aórtica grave e que foram encaminhados para intervenção, mas vale ressaltar que casos de doença arterial coronariana grave também apresentavam esses marcadores elevados.

Vale ressaltar que a fisiopatologia, tanto da estenose aórtica, quanto da doença arterial coronariana é muito semelhante e esse achado faz sentido, embora não possa ser usado isoladamente como rastreador específico de estenose aórtica.

Além desses, novos marcadores têm sido investigados como o GDF-15 e a Galectina, mas aparentemente esses seriam marcadores de gravidade tardia, não estando presentes em fases iniciais do desenvolvimento da estenose aórtica, portanto não sendo uma estratégia interessante para rastreio.

Uma limitação desse tipo de investigação se da pelo momento na ciência em que ele ocorre. Se bem vejamos que a estenose aórtica não tem completamente sua fisiopatologia descrita, as demais doenças que poderiam ser viés, como a doença coronariana também podem ter detalhes ainda não descritos e que seriam um grande problema na análise estatística fria.

Até o momento, essas ferramentas ainda não podem ser colocadas no nosso arsenal cllínico do dia a dia, pois as evidências são muito escassas, mas é bem provável que, em um curto espaço de tempo, marcadores séricos sejam rotina no screening das cardiopatias estruturais.

Literatura Sugerida: 

1 – Ljungberg J, Janiec M, Bergdahl IA, et al. Proteomic Biomarkers for Incident Aortic Stenosis Requiring Valvular Replacement. Circulation. 2018 Aug 7;138(6):590-599.

 

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