Endocardite Infecciosa

Diagnóstico

A partir do momento em que entendemos as manifestações clínicas encontradas nos pacientes com endocardite infecciosa, fica mais fácil usarmos uma combinação desses achados na composição de um diagnóstico como esse.

Diante de um quadro febril, o médico deve sempre manter esse diagnóstico no seu check list mental, pois só assim ele conseguirá evitar que quadros não muito claros passem despercebidamente de sua avaliação.

Isso é tão real que, em pacientes considerados de alto risco para desenvolver endocardite, a presença de quadros consuptivos, mal-estar por alguns dias, anemia crônica agudizada, mesmo na ausência de febre devem suscitar a suspeita diagnóstica e motivar uma investigação mais a fundo.

Vale também ressaltar que, mesmo diante de um quadro considerado clássico, com imagens ecocardiográficas compatíveis e hemoculturas muitas vezes positiva, diversas outras patologias são capazes de mimetizar e confundir esse diagnóstico. Como exemplos que ilustram esse contexto, temos a febre reumática aguda que pode, em casos mais graves, apresentar imagem ecocardiográfica de pequenas verrugas nas valvas que podem ser confundidas com vegetações infectadas. O mesmo pode ser apontado em pacientes com mixoma e que desenvolvem algum quadro febril por outra razão.

Diante do exposto até esse momento, fica claro que o diagnóstico de uma endocardite infecciosa é complexo, cheio de desafios e muitas vezes, podemos errar para mais. E esse é o segredo, utilizando os critérios de Duke modificados, que veremos na sequência, damos elevada sensibilidade ao diagnóstico clínico de endocardite infecciosa, evitando assim que deixemos passar um diagnóstico de patologia com elevada morbimortalidade com o tratamento adequado no momento adequado… Imagina isso tudo em um momento tardio!