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Febre Reumática

Profilaxia Secundária

A indicação do uso da penicilina benzatina intramuscular de 21 em 21 dias para pacientes que apresentaram algum evento agudo de febre reumática é bem estabelecida na literatura e tem suas orientações definidas nos guidelines.

De acordo com a gravidade do envolvimento cardiológico, temos prazos distintos de duração da profilaxia secundária e isso é apoiado por uma série de pontos interessantes que justificam esse procedimento.

Em algumas discussões, o fato de orientar o paciente a tratar adequadamente uma possível faringoamigdalite poderia servir de alternativa para o uso crônico da penicilina benzatina, que não atrai muitos pacientes fãs, digamos assim.

No entanto, os benefícios do uso da profilaxia parecem ser maiores do que simplesmente tratar uma possível infecção de orofaringe. Alguns pacientes que fazem uso da profilaxia apresentam regressão da lesão valvar com o passar dos anos, em maior número do que aqueles que por alguma razão não fazem a profilaxia adequda.

Isso pode ser dar por alguns fatores, como o fato de evitar novos surtos, mas também parece termos algum efeito local no interstício valvar. O fato de evitar uma colonização por cepas reumatogênicas e que, porventura, servissem de gatilhos imunoinflamatórios subclínicos também pode justificar esses achados e corroboram a necessidade do uso da medicação.

Avaliando a segurança, observamos que os eventos graves são raros e tem protocolos de tratamento bem estabelecidos. Recentemente, uma publicação interessante levantou a possibilidade de evitar repetidas injeções intramusculares em pacientes com cardiopatia grave e, principalmente, disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, pois haveria uma chance maior de resposta vagal e deterioração hemodinâmica em um paciente considerado “borderline”. Nesse caso, o uso do antibiótico por via oral seria o indicado.

Assim, os benefícios evolutivos do uso da profilaxia secundária para febre reumática, parecem ser multifatoriais, mas uma coisa é fato, há claro benefício, tanto em pacientes com lesões discretas, como naqueles com lesões mais avançadas.

Literatura Sugerida: Beaton A, Okello E, Rwebembera J, et al. Secondary Antibiotic Prophylaxis for Latent Rheumatic Heart Disease. N Engl J Med. 2022 Jan 20;386(3):230-240.

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