Ausculta Cardíaca – Parte 1
Chegamos talvez na parte mais interessante dessa obra. O ponto em que o estudante se realiza e, muitas vezes, decide-se por se tornar cardiologista, visto a emoção em perceber pela primeira vez um sopro cardíaco.
Para começarmos a discussão sobre auscultas, precisamos definir adequadamente os focos de ausculta, pois é fundamental que, para interpretar o que está se ouvindo, entender em que foco está essa manifestação auscultatória.
Temos, basicamente, 5 focos de ausculta que devem ser padronizados em um check list mental do examinador. Crie uma ordem geral para essa abordagem da forma que for mais confortável, mas siga sempre essa rotina.
- Foco Aórtico
- Foco Pulmonar
- Foco Mitral
- Foco Tricúspide
- Foco Aórtico Acessório
Os focos de ausculta não se correlacionam exatamente com as topografias anatômicas das valvas envolvidas. Na verdade a reverberação dos sons criados por essas valvas se irradiam para essas localizações anatômicas e são melhor audíveis ali.
O foco mitral se localiza no quinto espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração.
O foco pulmonar se localiza no segundo espaço intercostal esquerdo, junto ao ângulo de Loui, ou juntura manúbrio-esternal. É neste foco em que se têm as condições ideais para a análise dos desdobramentos, fisiológico ou patológico, da segunda bulha.
O foco aórtico se localiza no segundo espaço intercostal direito, junto ao ângulo de Loui, ou juntura manúbrio-esternal. Fato interessante é que nem sempre esse é o melhor ponto anatômico para auscultar ruídos vindos da valva aórtica. Assim, surgiu o foco aórtico acessório. Localizado exatamente no meio de uma linha traçada entre o foco mitral e o foco aórtico, precisamente no segundo ou terceiro espaço intercostal, junto a linha esternal esquerda.
O foco tricúspide se localiza próximo a ao apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda.