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Leak pós-TAVI

Ressonância pode ajudar?

O implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) foi testado por todo o espectro de risco cirúrgico e atualmente esse tratamento encontra-se consolidado com uma opção para tratamento de pacientes portadores de estenose aórtica (EAo). Sabe-se que após o TAVI a presença de regurgitação paravalvar (RPV) é uma questão relevante, tendo em vista que os pacientes que apresentam um grau de regurgitação aórtica moderado ou importante após o procedimento apresentam um risco de mortalidade três vezes maior que os pacientes que não cursaram com essa condição. Mesmo um refluxo discreto ou discreto a moderado também pode estar relacionado com pior evolução.

Apesar do grande esforço realizado para desenvolver mecanismos que reduzam o RPV, estudos atuais demonstram uma incidência de RPV grau leve em 40% e grau igual ou superior a moderado em torno de 10% dos casos de pós-TAVI. Essa avaliação costuma ser realizada com o ecocardiograma transtorácico (ETT) durante o procedimento e, muitas vezes, a detecção de uma RPV significativa pode desencadear alguma atitude adicional por parte dos operadores no sentido de reduzir a RPV, realizando, por exemplo, a pós-dilatação da prótese recém-implatada.

A Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) é um método reprodutível e eficaz para avaliar RPV pós-TAVI e também e considerado o exame padrão-ouro nas medições de volume, dimensões e fração de ejeção. Em situações de ambiguidades ao ETT ou em situações de divergência entre a clínica e o grau de RPV, a RMC pode ser considerada uma ferramenta diagnóstica importante. O mapeamento de fluxo bidimensional (2D) com codificação de multivelocidades (MVENCS) e o fluxo quadridimensional (4D) são técnicas emergentes em que, através de uma única pausa respiratória ou mesmo na ausência de pausa respiratória, consegue- se avaliar duas ou três velocidades diferentes, combinando esses valores em uma única reconstrução para quantificação de fluxo.

Uma subanálise do estudo APPOSE avaliou a quantificação da RPV atráves da RMC utilizando as técnicas emergentes, em comparação com a técnica padrão, encontrando ampla correlação entre as técnicas e também com o método padrão. Importante destacar que a reprodutibilidade de medições interobservador e intraobservador foi excelente entre as técnicas de mapeamento de fluxo 2D padrão e codificação de multivelocidade e boa em relação ao mapeamento 4D. Não houve reclassificação significativa da RPV no estudo entre as diferentes técnicas emergentes, porém ao comparar as diferentes técnicas RMC com a ETT houve reclassificação. Esses dados reforçam o potencial do mapeamento 2D padrão, MVENcs e 4D.

Por se tratar de avaliações que podem ser adquiridas em menor tempo, sem utilizar de pausas respiratórias prolongadas, essas técnicas devem se estabelecer na avaliação do RPV por RMC nessa população de pacientes. Portanto, possivelmente teremos um incremento no entendimento dessa relevante condição clínica, a RPV pós-TAVI.

Literatura Sugerida:

1 – J.P.R, Maxim; E.I.M, Saloua, et al. Assessment of paravalvular regurgitation after transcatheter aortic valve replacement using 2D multi-velocity encoding and 4D flow cardic magnetic resonance. European Heart Journal. 2024: 7, 929-936.

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