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Pré e Pós-Carga – Parte II

Um dos mecanismos fisiológicos mais conhecidos do ciclo cardíaco tem relação estreita com a pré-carga que chega ao coração. Trata-se do mecanismo de Frank-Starling em que quanto mais pré-carga chega às cavidades ventriculares, maior a força de contração e, por conseguinte, maior o débito cardíaco.

Quanto mais é distendido o músculo cardíaco, mais próximo da posição ideal de maior geração de energia da actina e miosina.

Outro mecanismo que atua nesse momento, mas em menor escala é a distensão do átrio diante de uma pré-carga também aumentada. Essa distensão ativa o sistema nervoso autônomo que eleva a frequência cardíaca em 20%, melhorando ainda mais o débito cardíaco.

O leitor atento, provavelmente deve se perguntar o porquê de uma frequência elevada aumentar o débito cardíaco e a explicação para isso é relativamente simples. O débito cardíaco é o resultado do produto do volume sistólico, ou stroke volume pela frequência cardíaca, ou seja, pega o número de vezes que o coração se contrai e multiplica pelo volume que sai do coração a cada contração.

Uma descarga adrenérgica, que é a principal responsável por elevar a frequência, também é responsável por elevar o poder contrátil das fibras, tendo um inotropismo positivo.

De forma oposta, um estímulo parassimpático reduz a frequência cardíaca e pode ser responsável por desequilíbrios em pacientes limítrofes. Exemplo maior são os pacientes com estenose aórtica importante e que, pela obstrução valvar áortica, não conseguem aumentar seu volume sistólico. Desse modo, o débito cardíaco é extremamente relacionado à frequência cardíaca. Costumamos, inclusive chamar essa situação de débito cardíaco fixo.

Nesse contexto, em caso de estímulo vagal, ocorre redução da frequência cardíaca e queda acentuada do débito cardíaco com provável síncope. Diferente do estímulo simpático que apresenta inotropismo positivo, o estímulo parassimpático não tem influência no inotropismo, visto que suas terminações se limitam aos átrios, interferindo quase que exclusivamente na frequência cardíaca.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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