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Desfechos na Estenose Aórtica Moderada

Um novo olhar sobre o prognóstico desses pacientes

É bem estabelecido na literatura que a presença de estenose aórtica grave acarreta pior prognóstico, caso essa valvopatia não seja tratada. Uma classificação recente, publicada no European Heart Journal, detectou uma relação diretamente proporcional entre a extensão de danos cardíacos extravalvares presentes e a mortalidade em pacientes portadores de estenose aórtica grave.

No entanto, existe ainda pouca evidência dessa correlação em pacientes com estenose moderada e, neste contexto, foi desenhado um estudo observacional retrospectivo, a fim de quantificar a prevalência de outras doenças cardíacas e de mensurar o impacto delas sobre a mortalidade, a hospitalização e outros desfechos negativos neste grupo de pacientes.

Para isso, 1245 pacientes tiveram seus registros médicos avaliados e foram divididos em cinco grupos conforme os dados coletados a partir de seus resultados ecocardiográficos, de forma análoga ao estudo anterior em pacientes com estenose aórtica grave, a classificação de Genereux: grupo 0 – sem envolvimento extravalvar; grupo 1 – acometimento de ventrículo esquerdo; grupo 2 – acometimento de valva mitral ou átrio esquerdo; grupo 3 – acometimento de vasculatura pulmonar ou valva tricúspide; e grupo 4 – acometimento de ventrículo direito. Pacientes com critérios para mais de um grupo foram alocados naquele de maior gravidade.

A análise verificou que a extensão da lesão cardíaca extravalvar – pela classificação proposta, a partir do grupo 2 – foi associada de forma independente com maior mortalidade por todas as causas e eventos cardiovasculares adversos, assim como a hospitalização por acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca e síndrome coronariana aguda.

Ainda, o estudo verificou que a extensão do dano cardíaco em pacientes com estenose aórtica moderada não foi diferente daquela encontrada nos pacientes com doença avançada, o que pode ser justificado pelas mudanças hemodinâmicas paulatinas em um contexto de aumento de pós carga do ventrículo esquerdo devido à valvopatia progressiva, assim como pela alta prevalência de comorbidades associadas, como hipertensão arterial, coronariopatia e diabetes.

Dessa forma, este estudo destaca a importância da avaliação global do impacto hemodinâmico, bem como da estratificação de risco, considerando as comorbidades associadas nos pacientes portadores de estenose aórtica moderada, haja vista que, nos guidelines vigentes, a recomendação de reavaliação destes pacientes é a cada 1 a 2 anos. Porém, como visto, pacientes que possuem dano cardíaco extenso associado à valvopatia podem se beneficiar de acompanhamento em intervalos menores.

Literatura Sugerida: 

1 – Amanullah MR, Pio SM, Ng ACT, et al. Prognostic Implications of Associated Cardiac Abnormalities Detected on Echocardiography in Patients With Moderate Aortic Stenosis. JACC Cardiovasc Imaging. 2021 Sep;14(9):1724-1737.

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