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Adoção do TAVI

Aprendizado do Primeiro Mundo…

O passar dos anos é um dos melhores parâmetros para levarmos determinados procedimentos a um status de maturidade. Assim foi com as angioplastias coronarianas na década de 90 e agora vemos isso ocorrendo com a TAVI.

De forma geral, países que lideram essas pesquisas e tecnologias experimentam seu amadurecimento antes do demais, mas isso da uma vantagem aos que vem no final da fila. Aprender com os erros também.

Em escala global, os Estados Unidos foram os primeiros a adotar o TAVI de forma mais abrangente, inclusive antes das publicações do PARTNER 3.

Pacientes de baixo risco cirúrgico já eram encaminhados para esse tipo de intervenção e observando o banco de dados, podemos agora buscar dados e informações de uma coorte não consagrada nas diretrizes, os indivíduos abaixo de 70 anos.

Como era de se esperar, depois das publicações mais recentes dos trials em pacientes de baixo risco, o procedimento teria uma grande expansão. Em idosos acima de 80 anos, mais de 90% das intervenções se dão através do TAVI e a cirurgia convencional apresenta um percentual maior de desfechos negativos, meio que comprovando ser um caminho certo.

Observando os pacientes mais jovens, temos alguns aspectos que merecem destaque.

Em pacientes abaixo dos 65 anos, nos EUA e na Europa, encontramos apenas 10% dos casos sendo encaminhados para TAVI, mas em casos de indivíduos que não irão implantar próteses mecânicas por qualquer razão, como idade, risco de sangramento, etc, a proporção entre TAVI e cirurgia convencional fica próximo dos 50%. É notável que os indivíduos encaminhados para TAVI nesse contexto, são de maior risco e tem mais comorbidades do que aqueles que vão para cirurgia convencional.

Esse achado, inclusive, impacta os desfechos intra-hospitalares, mostrando maior mortalidade no grupo TAVI.

Embora ainda se discuta amplamente a durabilidade de próteses implantadas por via transcateter, frente à abordagem convencional, não parece, pelo que temos na literatura atualmente, que esse seja um detalhe tão decisivo nesse momento.

Outra informação obtida nessa observação dos bancos de dados e que corrobora achados convencionais na cardiologia geral é a mortalidade aumentada nas mulheres, tanto nas que se submetem a TAVI ou cirurgia convencional.

O sexo feminino costuma ter mais indicação de abordagem transcateter, mas de toda forma, por questões anatômicas, as complicações ocorrem com maior frequência nesse gênero, trazendo uma comorbidade maior, independente dos cálculos tradicionais do escores de risco cirúrgicos.

É de se esperar que essa tendência chegue ao Brasil nos próximos anos, como ocorreu em várias outras áreas da cardiologia, mas com suas peculiaridades específicas da nossa população. Vale a pena observar esses dados para antever alguns aspectos, mas só o dia a dia vai nos apresentar como o TAVI vai caminhar em terras brasileiras…

Literatura Sugerida: 

1 – Colombo A, Leone PP. Adoption of TAVR in Europe vs the United States: Is it Deja-Vù? J Am Coll Cardiol. 2023 Nov 14;82(20):1903-1905.

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