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Ecostress físico

Interessante, mas ainda jovem demais

Caso de grande debate na literatura é a forma como a qual devemos conduzir a estenose aórtica importante, porém assintomática.

De forma geral, já temos alguns marcadores clínicos e ecocardiográficos que podem sinalizar para casos mais complexos e que poderiam demandar uma abordagem precoce.

Os achados denominados complicadores são um bom exemplo disso. Uma velocidade de fluxo muito mais elevada do que o valor de corte ou mesmo um gradiente médio muito acima já podem ser considerados achados que justificam uma intervenção mesmo na ausência de sintomas ou queda na fração de ejeção.

O teste ergométrico é uma boa ferramenta para ajudar a estratificar o paciente dentro desse contexto. Em casos em que durante o teste possamos ver alterações como arritmias, queda na pressão arterial ou mesmo surgimento de sintomas, a indicação passa a ser justificada, inclusive com essa discussão sendo abordada em diretrizes.

Agregar o uso da ecocardiografia de esforço pode ser uma ferramenta interessante, pois traz para a mesa de discussão uma nova variável a ser considerada.

O aumento de 20mmHg no gradiente médio visto durante o esforço pela ecocardiografia apontaria para casos em que a abordagem intervencionista precoce apresentaria benefícios.

No entanto, esses aspectos, bem como a elevação da pressão de artéria pulmonar carecem de evidências robustas que sustentem essa indicação.

Recentemente uma nova avaliação não encontrou variação do gradiente sistólico médio como um marcador de desfechos negativos o que traz nova dúvida sobre o método.

No entanto, por temos poucas publicações acerca desses aspectos, uma série de limitações podem ser enumeradas. Os casos que apresentam teste de esforço alterado, seja por limitação de capacidade funcional ou mesmo outros achados acabam não tendo a ecocardiografia avaliada até o final. Assim esses casos poderiam apresentar as alterações ecocardiográficas, mas tiveram o teste interrompido precocemente e com razão.

Como esses achados são impactados por diversas variáveis fisiológicas do exercício físico, talvez tenhamos outros aspectos que deveriam estar na mesa de discussão, como complacência valvar, que poderia impactar nos achados e mudar nossa linha de raciocínio.

Embora tenhamos uma boa plausibilidade fisiopatológica, é possível que ainda estejamos no início da compreensão do comportamento hemodinâmico das valvopatias diante do esforço físico. É uma ferramenta promissora, mas que ainda precisa ser melhor testada e validada.

Literatura Sugerida: 

1 – Goublaire C, Melissopoulou M, Lobo D, et al Prognostic Value of Exercise-Stress Echocardiography in Asymptomatic Patients With Aortic Valve Stenosis. JACC Cardiovasc Imaging. 2018 Jun;11(6):787-795.

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