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Gestão na Valva Esquecida

O aprendemos com a Tricúspide?

Observando atentamente a forma como a qual atendemos pacientes com cardiopatia estrutural, vemos um grande arsenal terapêutico sendo colocado no nosso dia a dia clínico e isso traz algumas novas situações.

Embora alguns dispositivos pareçam ter se tornado mais habituais no nosso dia a dia como o caso do TAVI e dos clipes mitrais, as inovações da valva tricúspide chegam, mas sem o mesmo background científico já consolidado nas topografias mais clássicas.

Isso é interessante, pois também nos centros americanos ou europeus temos acompanhado uma forma diferente desses dispositivos serem inseridos no mercado.

Para aprovações comerciais, uma série de formatos de publicações científicas são exigidas, mas com a velocidade cada vez maior das inovações, temos acompanhado um modelo em que alguns casos temos o dispositivo já disponível e a publicação de peso vem meses após.

Para tentar regular esse ponto, relatórios a posteriori têm sido coletados para avaliar a aplicabilidade de determinado dispositivo no mercado e seus resultados, sendo compatíveis ou não com o que esperado na literatura médica.

No Brasil, a realidade é um pouco diferente e segue normativas específicas da ANVISA, mas a estruturação de grandes publicações acaba não sendo dirigidas para nosso país.

Uma vez inserida pela ANVISA, a regulação em seguradoras também segue um caminho diferente entre os países.

Em ritmo completamente diferente do que vemos no lançamento das inovações, a cobertura desses procedimentos vez ou outra acaba dificultando a disseminação da técnica pelo país.

Isso pode ter um lado positivo que impede que determinado procedimento seja realizado em centros que não se prepararam adequadamente, mas esse seria um tipo de efeito colateral que nossa burocracia gera e acabaria sendo benéfico, não devendo ser a regra.

Fato é que vemos uma mudança estruturada na forma que a cardiopatia estrutural vem sendo abordada. É inegável que as inovações tecnológicas com novos dispositivos vêm para mudar o rumo da vida de milhares de pacientes, mas temos que estruturar um sistema de saúde compatível com essa velocidade, sem abrir mão de segurança e evidência científica robusta o que nem sempre é fácil quando temos grandes interesses econômicos adjacentes.

Embora a culpa não seja da valva tricúspide, ela vem nos mostrar essa nova realidade tendo outro espectro da já controversa expressão valva esquecida, agora lembrada também pelos auditores e gestores da saúde pública…

Literatura Sugerida: 

1 – Kadakia KT, Dhruva SS. Advances in Transcatheter Tricuspid Valve Interventions: Implications for Health Policy. J Am Coll Cardiol. 2025 Jan 28;85(3):300-301.

 

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