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Mecanismos Compensatórios – Parte 2

Em situação oposta, uma elevação da pós-carga de forma crônica levaria a uma elevação da tensão de parede cavitária, sem causar aumento dos diâmetros. Assim, para equilibrar essa situação, o ventrículo esquerdo aumenta a espessura de sua parede, mantendo a relação para manutenção do gasto energético.

Assim, situações que cursam com sobrecarga de volume, apresentam inicialmente a uma dilatação das cavidades para poder acomodar o excesso de sangue que passa nessas câmaras. No caso de uma insuficiência mitral importante, encontraremos uma dilatação das cavidades esquerdas, já que tanto o átrio esquerdo, quanto o ventrículo esquerdo estão numa situação de sobrecarga. O mesmo ocorre de forma contralateral na insuficiência tricúspide.

Na insuficiência aórtica, o ventrículo esquerdo é o que sofre a sobrecarga de volume de forma isolada, quando a valva mitral está competente. O mesmo também apresenta dilatação em casos de valvopatia avançada, podendo ter um átrio esquerdo de dimensões normais.

Em todas essas situações, encontramos o desenvolvimento de uma hipertrofia excêntrica que é manifestada secundariamente a essa sobrecarga. Seguindo a lei de La Place em que a relação de diâmetro cavitário e espessura da parede deve se manter constante para manter o stress de parede e assim o gasto energético, após sofrer um aumento dos diâmetros, a compensação não poderia vir através de espessamento da parede. Assim, as fibras se organizam em série, aumentando a massa total do ventrículo esquerdo, mas sem aumentar a espessura medida através dos métodos diagnósticos.

Já as sobrecargas de pressão geram inicialmente um aumento da espessura da parede da cavidade acometida. No caso de uma estenose aórtica, encontramos essa alteração quando observamos a espessura do ventrículo esquerdo.

Nessa configuração, encontramos uma hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo que é desenvolvida secundariamente a essa sobrecarga de pressão. Também seguindo a Lei de La Place, com o aumento da pressão cavitária, mas sem estímulo que leve a uma dilatação inicial, para manter a tensão da parede, ocorre uma organização das fibras em paralelo, com aumento da espessura medidas nos métodos diagnósticos. Assim, temos um aumento da massa ventricular e também um aumento da espessura da parede, de forma difusa.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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