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Ressonância e Ecocardiografia na Estenose Aórtica

Comparativo na Equação de Continuidade

Na estenose aórtica a adequada determinação do volume sistólico ejetivo e do volume do ventrículo esquerdo (VE) permite o cálculo da área valvar aórtica (AVA). Preconiza-se a aferição através da equação de continuidade.

Ao mesmo tempo o fluxo do VE depende diretamente do volume sistólico, determinado pelo cálculo do produto da área e VTI da vai de saída do ventrículo esquerdo (VSVE), sendo o método ecocardiográfico transtorácico o método de escolha na aquisição de tais medidas devido sua acessibilidade e ser altamente difundido na prática médica. Porém ainda é um exame susceptível a divergência entre operadores, gerando resultados divergentes, pois pequenas variações na medida do diâmetro da VSVE podem impactar resultados de forma substancial. 

Dessa maneira atualmente existem dúvidas quanto a acurácia e variabilidade entre operadores nesse método, para estimar tais variáveis de maneira fidedigna, bem como o ponto ideal de aquisição do diâmetro da VSVE. 

Em uma subanálise do estudo “Metabolic Determinants of the Progression  of Aortic Stenosis study” foram comparados dados de ecocardiograma e ressonância de pacientes com estenose aórtica com o objetivo de estabelecer parâmetros mais exatos na orientação da obtenção das imagens. 

Como os pontos das medidas costuma ser temas de debate, as medições foram feitas em quatro locais diferentes: 

(1) nos pontos de articulação dos folhetos da válvula aórtica (ou seja, anel aórtico), 

(2) < 2 mm abaixo do anel 

(3) cerca de 5 mm abaixo do anel, e 

(4) cerca de 10 mm abaixo do anel.

Por sua vez a RMC foi realizado através do dispositivo 1,5 T (Tesla) em todos pacientes. Os volumes do VE e fração de ejeção foram medidos por meio da análise de contorno na diástole e sístole do eixo curto.

Um achado interessante desse estudo é que a via de saída do ventrículo esquerdo tem morfologia tridimensional semelhante a uma ampulheta e não a um cilindro como pressuposto. Portanto, o diâmetro ântero-posterior da VSVE medido no ecocardiograma é geralmente maior a nível anular comparado a 5 – 10 mm abaixo do anel. 

O volume sistólico e área valvar calculados entre 5-10mm superestimam a prevalência do estado de baixo fluxo e a gravidade da estenose aórtica, uma vez que foi observado variação de até 20% no cálculo da área valvar. 

O ecocardiograma demonstrou que usando o diâmetro da VSVE medido no anel ou 2mm dele, alcançamos estimativas mais precisas e reprodutíveis em comparação com a RMC. Também foi observado que utilizando a metodologia de Simpson, é possível alcançar estimativas razoavelmente precisas podendo ser usado como um método alternativo quando o Doppler não for viável por limitações técnicas.

Um ponto a ser questionado nessa avaliação foi tomarmos como padrão-ouro as medidas da ressonância, o que ainda não tem validade clínica estabelecida. Também não foram observados desfechos para podermos extrapolar esses insights para uso clínico.

Literatura Sugerida: 

1- Guzzetti E, Capoulade R, Tastet L, et al. Estimation of Stroke Volume and Aortic Valve Area in Patients with Aortic Stenosis: A Comparison of Echocardiography versus Cardiovascular Magnetic Resonance. J Am Soc Echocardiogr. 2020 Aug;33(8):953-963.e5.

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