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Ritmo Cardíaco na Insuficiência Mitral Funcional

Qual o impacto da FA?

A fibrilação atrial é a arritmia que traz impacto negativo evolutivo mais frequente na cardiologia e é frequentemente associada ao risco de desenvolvimento de eventos tromboembólicos.

Recentemente no estudo da insuficiência mitral funcional, ficou evidenciado um subtipo interessante, secundário a um quadro de fibrilação atrial permanente. Com o tempo, a fibrilação atrial leva a alterações morfofuncionais atriais que podem ter impacto direto no anel valvar mitral, levando a sua disfunção ocasionando uma lesão do tipo regurgitativa.

Ainda, essa alteração de ritmo leva a remodelamento elétrico que perpetua um ciclo vicioso de maior dilatação atrial e permanência de fibrilação atrial.

Dados morfológicos e funcionais cardíacos são interessantes na avaliação desses pacientes. Os volumes sistólicos finais se reduzem em pacientes que tem seu ritmo convertido para sinusal no acompanhamento de 1 ano. A mesma leitura encontramos no esvaziamento atrial esquerdo, o que acaba por ser óbvio.

Mas observando a dinâmica das valvas cardíacas, tanto a regurgitação tricúspide, quanto a mitral se reduziram no grupo de pacientes que teve seu ritmo convertido para sinusal, quando comparamos com aqueles que se mantiveram em fibrilação atrial.

Esses achados, muito provavelmente se correlacionam ao remodelamento reverso que encontramos na reversão ao ritmo sinusal, não apenas limitado ao átrio esquerdo. Como os aparatos das valvas átrio-ventriculares são complexos e tem interação muito próxima com as estruturas adjacentes, como anel valvar, parede ventricular ou mesmo dinâmica contrátil cavitaria, manter o paciente em ritmo sinusal apresenta tanta repercussão positiva que em última análise podemos enxergar uma redução do volume regurgitativo, mas o ganho vai muito além disso.

Diante de todos esses dados, além de reduzir o risco de fenômenos tromboembólicos, a busca por reversão do ritmo a sinusal deve ser fortemente buscada de diversas formas, seja medicamentosa ou mesmo intervencionista para que limitemos as repercussões cardíacas e mantenhamos a dinâmica valvar preservada.

Literatura Sugerida: 

1 – Soulat-Dufour L, Lang S, Addetia K, et al. Restoring Sinus Rhythm Reverses Cardiac Remodeling and Reduces Valvular Regurgitation in Patients With Atrial Fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2022 Mar 15;79(10):951-961.

 

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