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SOLVE-TAVI

Nem toda TAVI é igual…

Com o avançar das técnicas de implante de TAVI e também a evolução dos seus dispositivos, questionamentos de como realizar a melhor escolha são feitos rotineiramente nos serviços que se propõem a tratar cardiopatia estrutural.

Sabemos das características de cada plataforma de implante separados entre balão expansíveis e autoexpansíveis, mas quando olhamos os dados de forma geral, elas não parecem ser tão diferentes assim.

No entanto, esse tipo de avaliação, embora necessária, acaba diversas vezes sendo rasa e nos levando a impressões equivocadas.

Trabalhos mais recentes trazem dados conflitantes em relação a alguns desfechos ao longo de 1 ano. De forma geral, dados como mortalidade, AVC e novas internações não costumam ser muito diferentes entre os tipos de próteses, mas recentemente, isolando alguns desfechos, alguns pontos levantam questionamentos que merecem entendimento.

Com a publicação do SOLVE Trial, diferente dos demais dados, AVC foi mais frequente nos indivíduos que se submeteram ao implante de TAVI balão expansível. Também observamos uma maior mortalidade geral, mas nos pacientes que se submeteram ao implante de uma prótese autoexpansível, o que também destoa do encontrado na literatura com esse tempo de acompanhamento.

Aqui vale uma ressalva a ser discutida. Estamos acompanhando casos de evolução de 1 ano e para o novo perfil populacional que tem se beneficiado do implante de TAVI, talvez isso seja pouco tempo para entendermos possíveis diferenças dos dispositivos.

Se olharmos para pacientes que suportarão 20 anos com essas próteses, questionamentos outros nos mostram que nem toda TAVI é igual.

No planejamento de um futuro TAVI-in-TAVI, próteses autoexpansíveis tendem a sair em desvantagem por terem um risco maior de obstrução do óstio das coronárias, muita vezes demandando procedimento extra de laceração dos folhetos degenerados. Alinhamento comissural também é mais discutido nesses casos.

Embora exista numericamente o fato de termos, pelo ecocardiograma, gradientes mais elevados em próteses balão expansíveis, esse achado não trouxe até o momento impacto em desfechos clínicos, nem em, de fato, deterioração protética, levantando a polêmica muitas vezes discutida na publicação do SMART trial em uma interpretação muito questionável sobre deterioração.

Taxas de implante de marcapasso também separam as evoluções das próteses, sendo a balão expansível superior na grande maioria dos registros e trials, embora encontremos publicações isoladas em que esses dados se assemelham.

Atualmente, não podemos afirmar categoricamente que há clareza em diferenças nos dispositivos, obviamente sempre deixando claro que condições anatômicas específicas já podem, de antemão, direcionar para a escolha mais apropriada. Mas imaginando casos semelhantes, alguns pontos dão indícios de que focado na longevidade desses indivíduos e também nas possibilidades de reintervenção, nem toda prótese TAVI vai ser igual para o paciente.

Literatura Sugerida: 

1 – Feistritzer HJ, Kurz T, Vonthein R, et al; SOLVE-TAVI Investigators. Effect of Valve Type and Anesthesia Strategy for TAVR: 5-Year Results of the SOLVE-TAVI Trial. J Am Coll Cardiol. 2024 Oct 21:S0735-1097(24)08456-0.

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