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Taxa de Fluxo Aórtico

Parâmetro importante no Eco.

O volume sistólico indexado (stroke volume index – SVi) é tradicionalmente calculado à beira do leito de pacientes na UTI, para a estimativa do débito cardíaco, bem como para a classificação do tipo de estenose aórtica (EAo) – baixo ou alto fluxo. Entretanto, fisiologicamente, outro parâmetro pode ser mais representativo do fluxo transvalvar aórtico quando há estenose: a taxa de fluxo. O cálculo é feito dividindo o mesmo SVi pelo tempo em que esse volume demora para sair do ventrículo (tempo de ejeção), em segundos. 

Para ver o impacto da taxa de fluxo na mortalidade de pacientes com EAo grave, um estudo analisou dados ecocardiográficos pré-operatórios de mais de 700 pacientes  submetidos à troca valvar aórtica e os acompanhou por média de 3,6 anos. A taxa de fluxo esteve associada a maior mortalidade por qualquer causa, independente de fatores clínicos como: classe funcional, escore de risco cirúrgico, área valvar, entre outros. Por outro lado, o SVi não mostrou-se associado de forma independente à mortalidade. 

O melhor ponto de corte da taxa de fluxo que prediz pior prognóstico foi de 211 ml/s, com sensibilidade de 74% e especificidade de 56%. Assim, pacientes com EAo foram separados de acordo com o gradiente médio e a taxa de fluxo em 4 subgrupos:

  1. Fluxo normal (>211 ml/s), alto gradiente (>40 mmHg)
  2. Fluxo normal (>211 ml/s), baixo gradiente (<40 mmHg)
  3. Baixo fluxo (< 211 ml/s), alto gradiente (>40 mmHg)
  4. Baixo fluxo (< 211 ml/s), baixo gradiente (< 40 mmHg)

 

Na estimativa de sobrevida de subdivididos nessas categorias, os subgrupos com baixo fluxo apresentaram mortalidade significativamente maior, independente de apresentarem fração de ejeção reduzida (<50% – D2) ou não (>50% – D3). Essa classificação mostrou-se um preditor independente de mortalidade em pacientes com EAo grave que submeteram-se à intervenção.

Fica para os ecocardiografistas a sugestão de incluírem em seus laudos a taxa de fluxo em caso de EAo, pois essa variável pode acrescentar valor prognóstico na avaliação dos pacientes. Fica para o clínico também, por suposto, a necessidade de conhecer e saber interpretar esta variável, a fim de que o manejo do paciente com EAo seja o mais adequado.

Literatura Sugerida: 

1 – Vamvakidou A, Jin W, Danylenko O, et al. Impact of Pre-Intervention Transaortic Flow Rate Versus Stroke Volume Index on Mortality Across the Hemodynamic Spectrum of Severe Aortic Stenosis: Implications for a New Hemodynamic Classification of Aortic Stenosis. JACC Cardiovasc Imaging. 2019 Jan;12(1):205-206.

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