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TRI-SCORE

A clínica da Regurgitação Tricúspide

Temos abordado a regurgitação tricúspide com certa frequência aqui na plataforma e para quem nos acompanha há algum tempo, já entende a razão para isso. Muitas informações novas têm surgido acerca dessa valvopatia em especial e o avanço de métodos diagnósticos, bem como modalidades de tratamento intervencionista tem povoado as grandes revistas científicas de cardiopatia estrutural.

Recentemente tivemos a publicação de um escore para avaliar o momento de se pensar em intervenção na insuficiência tricúspide sendo que ele é composto de variáveis ecocardiográficas e laboratoriais relacionadas a outros órgãos. Na verdade, o escore surgiu para predizer mortalidade hospitalar, mas com esse achado, tem se desenvolvido a correlação com o momento ideal de se pensar na cirurgia.

Basicamente são levados em consideração dados do indivíduo como idade, classe funcional, insuficiência cardíaca direita, dose de furosemida, função renal e hepática, função ventricular direita e esquerda.

Um dos achados mais impactantes é que em casos de mais de 6 pontos no escore, portanto, sendo considerado de alto risco, em 2 anos de acompanhamento, foram apresentados 40% de óbitos.

Em casos de pontuação baixa, menos do que 3 pontos, a intervenção valvar, mesmo que isolada se mostrou benéfica quando observada a curva de mortalidade, tanto no curto prazo, quanto ao longo dos 2 anos de acompanhamento.

Na categoria intermediária desse escore, os achados são ainda um pouco confusos.

Mas uma reflexão pode se tirar de análises de subgrupo. Por se tratar de pacientes complexos e com diversas comorbidades associadas, entender claramente quais os fatores devem ser utilizados com maior peso na decisão terapêutica ainda permanece obscuro. Essa provavelmente é a razão pela qual esse escore ainda não tem sido disseminado na prática clínica diária.

O escore serve para nos atentar a avaliar o paciente precocemente, sem termos muita repercussão sinalizando uma abordagem tardia, mas também pode ser visto de maneira superficial ao avaliar poucos parâmetros em casos mais complexos.

Além do mais, a forma de intervenção deve apresentar algum grau de impacto nessa evolução e ainda precisa ser mais bem avaliada para corroborar os achados ou colocá-los a prova novamente em busca de outras evidências.

Evolução após intervenção com regurgitação residual significativa aumentou a mortalidade, perdendo assim o efeito positivo da intervenção no momento certo sinalizando para que a redução de uma regurgitação torrencial para importante parece nem sempre ter resultados positivos na evolução clínica em alguns casos.

A leitura desse tipo de paciente deve se tornar o modelo ideal para as discussões de Heart Team onde a avaliação clínica é o centro do entendimento da doença, sendo incrementado com os achados laboratoriais.

Literatura Sugerida: 

1 – Dreyfus J, Galloo X, Taramasso M, et al; TRIGISTRY investigators. TRI-SCORE and benefit of intervention in patients with severe tricuspid regurgitation. Eur Heart J. 2024 Feb 21;45(8):586-597.

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