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Valva Tricúspide

Nova Classificação Anatômica

A Insuficiência tricúspide é uma comorbidade que no passado era negligenciada, mas atualmente existem dados suficientes para entendermos o impacto negativo do ponto de vista evolutivo na presença dessa disfunção valvar.

Como a abordagem cirúrgica convencional dessa valvopatia ainda é incerta e diversas situações nos mostram pouco benefício de uma cirurgia a céu aberto, uma série de dispositivos transcateter estão sendo desenvolvidos com o objetivo de abordar esses pacientes tentando trazer o menor grau de comorbidades possível

O uso dos dispositivos de aproximação de bordas, seja através do TriClip ou do Pascal, é o mais difundido no mundo da intervenção da cardiopatia estrutural e com isso, o estudo de imagem da valva tricúspide buscando compreender os detalhes anatômicos nos trouxe grandes avanços nessa área.

A variabilidade anatômica por si só já é um desafio, visto ser a valva tricúspide a que mais apresenta variações, como números e formato de folhetos, rafes e zonas de implantação. Assim, busca-se uma tentativa de padronização nesses achados através da ecocardiografia.

Diante disso, surge uma nova classificação anatômica da valva tricúspide dividida em 3 tipos:

 

  • Tipo 1 – É a forma clássica, com três folhetos (anterior, septal e posterior). Nessa configuração, em geral os folhetos septal e anterior são maiores tornando a comissura entre eles maior. Em torno de 40-50% dos pacientes apresentam essa conformação anatômica.
  • Tipo 2 – É a configuração em dois folhetos, sendo que o anterior e o posterior não se dividem adequadamente e formam um grande folheto. Até 10% dos indivíduos apresentam essa variação anatômica.
  • Tipo 3 – Essa configuração é caracterizada pela presença de 4 folhetos e apresenta subtipos de acordo com a localização desse outro componente, IIIa quando ele está na topografia do folheto anterior, IIIb do posterior e IIIc do septal. Aparentemente o IIIb é o mais comum das variações.

No contexto do tipo 3, é necessário observar em qual músculo papilar o folheto envia suas cordas para entendermos se ele está disposto na localização anterior, posterior ou septal.

A presença de diversos folhetos verdadeiros que apresentam comissuras até o anel tricúspide pode inviabilizar o uso de dispositivos edge-to-edge, tornando essa avaliação anatômica fundamental no screening pré-intervenção transcateter da valva tricúspide.

O avanço dos métodos diagnósticos é inegável e a tentativa de abordagens menos invasivas podem mudar completamente o cenário das indicações de intervenção nas cardiopatias estruturais, inclusive dando foco na já não tão esquecida valva tricúspide.

Literatura Sugerida: 

1 –  Hahn RT, Weckbach LT, Noack T, Hamid N, Kitamura M, Bae R, Lurz P, Kodali SK, Sorajja P, Hausleiter J, Nabauer M. Proposal for a Standard Echocardiographic Tricuspid Valve Nomenclature. JACC Cardiovasc Imaging. 2021 Jul;14(7):1299-1305.

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