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Valvopatia e Exercício Físico – Parte I

Valvopatia e Exercício Físico – Parte I - Posicionamento AHA/ACC

Valvopatia e Exercício Físico – Parte I

Posicionamento AHA/ACC

A Literatura contempla poucos ou nenhum Clinical Trial prospectivo que tenha visado o manejo de indivíduos atletas ou fisicamente ativos de forma importante, assintomáticos e que sejam portadores de anormalidades valvares.

Um interessante posicionamento publicado pela AHA/ACC vem discutir a realização de exercícios físicos intensos nessas populações específicas e vamos dividir essa matéria em duas postagens, primeiro falando sobre a valvopatia aórtica.

A doença valvar aórtica na maioria das vezes é causada por alterações degenerativas em valva bicúspide ou tricúspide. A causa reumática ainda é presente em atletas de países em desenvolvimento, mas tem apresentado prevalência menor em países desenvolvidos. Alterações subvalvares ou supravalvares também podem causar impedimento ao fluxo pela valva aórtico. 

A Morte súbita em portadores de Estenose Aórtica pode corresponder a até 4% do total de eventos em jovens atletas. Assim, a avaliação da valvopatia se da através de história clínica e exame físico, eletrocardiograma e ecocardiograma. Especificamente em atletas, dados como dor torácica, palpitações ao exercício, ou até mesmo perda da capacidade funcional podem ser sinais e sintomas de alerta.

No Estágio A, sem repercussão hemodinâmica de estenose, a avaliação clínica anual com ausculta cardíaca é indicada visando procurar novos sopros ou alteração de sopros prévios. Especificamente na Valva aórtica bicúspide pode ocorrer benefício de ecocardiograma anual. 

Atletas com Estenose aórtica estágio B devem ser avaliados anualmente com anamnese e exame físico, com teste ergométrico, onde sinais como tolerância ao exercício, hipotensão ao esforço ou arritmias podem ser avaliados. Podemos encontrar uma subestimação dos gradientes no ecocardiograma, assim progressivas avaliações com o exame podem ser feitas, principalmente em pacientes sintomáticos e/ou com hipertrofia ventricular esquerda. Esses atletas no estágio B com TE normal estão liberados para quaisquer esportes. Os Estágios C e D devem ficar afastados de atividades competitivas. 

Na Insuficiência aórtica, frequentemente causada por doenças do tecido conjuntivo congênitas (Marfan), doença reumática, causas idiopáticas, dilatação hipertensiva da aorta ascendente, temos um quadro muitas vezes assintomático ou oligossintomático por anos. Quando de grau importante, causa importante dilatação do VE.

Especificamente em atletas, deve-se considerar que é difícil diferenciar a dilatação ventricular esquerda como secundária ao esporte competitivo, à insuficiência aórtica, ou ambas. Apesar de ser um parâmetro frequentemente empregado na tomada de decisão de terapia cirúrgica, esse parâmetro pode não ser interessante nessa coorte.

Até 45% dos atletas homens treinados possuem DDFVE > 55 mm, mas poucos mais que 60 mm e raramente excedem 70 mm. No sexo feminino, apenas 10% das atletas possuem DDFVE > 55mm e 1% > 60mm.  Uma estratégia útil pode ser indexar o DDFVE á altura. Pelo fato da FEVE se preservar em pacientes com regurgitação aórtica crônica, valores <50% indicam descompensação ventricular esquerda.   

Literatura Sugerida:
1 – Bonow RO, Nishimura RA, Thompson PD, Udelson JE; American Heart Association Electrocardiography and Arrhythmias Committee of Council on Clinical Cardiology, Council on Cardiovascular Disease in Young, Council on Cardiovascular and Stroke Nursing, Council on Functional Genomics and Translational Biology, and American College of Cardiology. Eligibility and Disqualification Recommendations for Competitive Athletes With Cardiovascular Abnormalities: Task Force 5: Valvular Heart Disease: A Scientific Statement From the American Heart Association and American College of Cardiology. Circulation. 2015 Dec 1;132(22):e292-7.

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