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Anatomia funcional – Parte I

Uma questão específica da anatomia embrionária do miocárdio traz uma série de embasamentos para métodos avançados na ecocardiografia e compreender esses detalhes, darão ao leitor, o conhecimento necessário para compreender o uso desses métodos diagnósticos na doença valvar.

O coração é formado, durante a embriogênese como uma série de circunvoluções no mesmo eixo do tecido que formaria os vasos sanguíneos. Dessa forma, cada camada de profundidade das fibras do miocárdio apresenta suas células dispostas em determinado sentido.

O endocárdio apresenta suas fibras, ou simplesmente os miócitos em sentido longitudinal, já o mesocárdio, apresenta no sentido radial e o epicárdio, que é a camada mais externa do miocárdio, apresenta suas fibras no sentido circunferencial.

Mas agora o leitor pode se perguntar, para que essa informação é importante quando penso em valvopatias?

A contração ventricular que leva à ejeção sistólica ocorre pelo encurtamento ativo das fibras miocárdicas. Como foi dito, cada camada de profundidade do miocárdio tem suas fibras dispostas em sentidos diferentes, portanto, cada camada leva a um sentido de contração diferente do outro. Dessa forma, a contração do ventrículo como um todo é composta pelo encurtamento das fibras em todos esses sentidos.

De forma prática, poderíamos dizer que a contração total é a somatória de todas as direções de contração das fibras, que em conjunto levariam à força máxima propiciando a ejeção.

Observando macroscopicamente o comportamento dos segmentos ventriculares, que são compostos de todas as camadas, poderíamos ver a atuação de cada sentido desse durante a contração e essa é a informação preciosa que uma nova tecnologia ecocardiográfia nos deu acesso.

O strain miocárdico é uma ferramenta que faz exatamente isso, ele decompõe a movimentação através da análise de deformação de cada segmento, nos dando a informação da quantidade e assim qualidade de contração em todos esses sentidos.

Isso é importante, pois determinadas sobrecargas ventriculares poderiam ser nocivas e ao longo do tempo levar a perda de poder contrátil. Anos atrás, a única forma de avaliarmos a função sistólica era através da fração de ejeção, ou seja, através das variações de volumes ao longo do ciclo. No entanto, agora é capaz observar cada movimentação específica que compõe todo o poder sistólico.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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