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Critérios de Duke modificados

Para definirmos uma endocardite como definitiva, temos que encontrar determinados critérios em conjunto. Claro que, se em algum momento tivermos a confirmação por critérios anatomopatológicos, o diagnóstico torna-se praticamente indiscutível, como avaliação tecidual de uma vegetação e/ou abscesso intracardíaco comprovando a presença de processo infeccioso no endocárdio.

No entanto, na ausência dessa ferramenta que é invasiva e passível apenas por intervenção cirúrgica, devemos buscar critérios clínicos para buscar essa presunção diagnóstica.

Assim, se encontrarmos dois critérios considerados maiores, ou um maior e três menores ou cinco menores, estaremos diante de uma grande probabilidade de endocardite infecciosa e o diagnóstico torna-se “definitivo”.

Podemos ter uma situação intermediária, como a presença de alguns critérios, mas que não preenchem a exigência vista no parágrafo anterior. Assim, é considerada endocardite provável se tivermos um critério maior com um menor ou a presença de 3 menores.

O diagnóstico passa a ser considerado rejeitado se outra infecção for encontrada e que justifique todo o quadro clínico. Também na presença de solução sustentada do quadro infeccioso em 4 dias de antimicrobiano. Isso ocorre, pois endocardite não é tratada em período tão curto de tempo. Se resolveu nesse período, provavelmente tratava-se de outra infecção, em outro sítio e que o uso de antimicrobiano resolveu sem que o clínico pudesse encontrar o verdadeiro foco.

Mas depois de falarmos isso tudo, o leitor pode estar se questionando, critérios maiores? Critérios menores? Quais são eles?

Vamos examinar adequadamente esses critérios:

 

Critérios Maiores

 

  • Hemocultura Positiva
  • Evidência de Envolvimento Endocárdico

 

Critérios Menores

 

  • Predisposição cardíaca/uso de Drogas endovenosas
  • Febre acima de 38oC
  • Fenômenos Vasculares
  • Fenômenos Imunológicos
  • Microbiologia que não feche exatamente o critério maior ou Sorologia positiva

 

Critérios Maiores

Hemocultura positiva (germes típicos em pelo menos 2 amostras; única hemocultura positiva para Coxiella burnetti ou Anticorpo com título > 1:800)

Ecocardiograma positivo (presença de massa algodonosa, oscilante, mais comumente em face atrial de valvas atrioventriculares ou face ventricular das ventrículo-arteriais; abscesso endomiocárdio ou paravalvar; deiscência de prótese; nova regurgitação)

Critérios Menores

Condições predisponentes (grupos de alto e moderado risco)

Febre aferida (≥ 380C)

Fenômenos vasculares (embolia arterial, infarto séptico pulmonar, aneurisma micótico, hemorragia conjuntival, lesões de Janeway)

Fenômenos imunológicos (glomerulonefrite, nódulo de Osler, manchas de Roth, Fator reumatoide +)

Hemoculturas positiva para germes não típicos ou que não preenche critério maior.

Ecocardiograma positivo, mas sem preencher critério maior

 

Pode parecer simples e direta essa utilização dos critérios, mas determinados aspectos merecem nossa atenção, já que para ser considerado um critério nessa lista, o achado deve preencher determinados pré-requisitos determinados.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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