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Dinâmica de volumes – Parte II

As valvas são estruturas cardíacas que tem sua movimentação de forma passiva, ou seja, não é a contração de nenhuma estrutura que ativamente abre ou fecha uma valva, mas sim a variação de pressões de enchimento ao longo do ciclo cardíaco. Por exemplo, as valvas ventrículo-arteriais, ou seja, as valvas aórtica e pulmonar só se abrem quando a pressão intraventricular se torna maior do que a pressão da raiz das artérias Aorta e Pulmonar, respectivamente. Também se fecham quando o oposto ocorre, quando a pressão ventricular se reduz a valores abaixo dos arteriais.

Assim, ao utilizarmos um estetoscópio, não temos a percepção sonora da abertura das valvas, mas sim do fechamento das mesmas. A primeira bulha, portanto, é composta pelos fechamentos das valvas atrioventriculares, ou seja, mitral e tricúspide. Já a segunda bulha é composta pelos sons de fechamento das valvas ventrículo-arteriais, ou seja, aórtica e pulmonar. Assim, temos que entre a B1 (fechamento da mitral e tricúspide) e a B2 (fechamento da aórtica e pulmonar), encontramos a sístole e entre a B2 e a B1, a diástole.

Diante do exposto, o objetivo de uma valva está claro, ela serve para impedir que o sangue que passou por ela, por uma diferença de pressão, retorne à cavidade anterior quando o ciclo se reinicia, ou seja, momento em que a pressão anterior se reduz.

A dinâmica das valvas mitral e tricúspide ocorre sob a demanda direta das contrações ventriculares, portanto, sofrem um stress maior de pressão sanguínea para se fecharem. Por essa razão, os músculos papilares atuam para dar maior suporte a essas estruturas, mantendo a tensão superficial das valvas. A pressão durante a sístole tende a empurrar as valvas atrioventriculares para o interior dos átrios, assim, os músculos papilares, através de suas cordas tendíneas inseridas nos folhetos puxam a valva no sentido oposto, impedindo o prolapso.

As valvas ventrículo-arteriais se fecham de forma abrupta pela pressão dentro das artérias. Ao observarmos a curva de pressão nesses vasos, temos a percepção de uma incisura no final da sístole, que corresponde ao fechamento das valvas correspondentes. Antes de se encerrar o jato ejetivo sistólico, o fluxo de sangue é empurrado para o interior das artérias. Quando ele se encerra, o poder elástico dos vasos cria uma tendência de elevação de pressão para acomodar esse sangue e isso empurra de volta o sangue na direção do ventrículo. Até encontrar a valva fechada, essa coluna se desloca um pouco, sendo a causa dessa incisura na curva de pressão.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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