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MitraClip no Choque Cardiogênico

Uma nova terapêutica?

Dentro da cardiologia, uma série de pacientes se tornam graves e as mais diversas terapêuticas buscam o equilíbrio hemodinâmico para servir de ponte para correções mais definitivas.

Assim vemos os casos de choques cardiogênicos, que quase sempre, dentro do mundo das Valvopatias são abordados em casos de eventos agudos e demandam suporte em terapia intensiva.

Dentre as complicações mais conhecidas de pacientes que apresentam infarto agudo do miocárdio extenso e evoluem com choque cardiogênico está a insuficiência mitral aguda, por disfunção dos músculos papilares durante esse evento agudo.

O tratamento preconizado para choque cardiogênico refratário nesse contexto é a abordagem cirúrgica convencional, mas a elevada morbimortalidade do procedimento em muitas vezes contraindica a cirurgia, com evolução desfavorável e óbito.

Uma possibilidade seria a abordagem transcateter com a terapia edge-to-edge, por exemplo com o MitraClip, mas os dados ainda são iniciais.

Aparentemente, a segurança desse procedimento é boa, com resultados promissores na redução do grau de regurgitação mitral. Quase 90% dos pacientes abordados por via transcateter evoluem no curto prazo com insuficiência mitral no máximo moderada.

Um dos riscos nesse fechamento da insuficiência mitral é sobrecarregar o ventrículo esquerdo já debilitado pela extensão da doença isquêmica e levar a falência avançada, pois corrigir a regurgitação acaba por elevar a pós-carga que o ventrículo tem que manejar.

No entanto, esses indivíduos toleraram bem essa abordagem e a mortalidade intra-hospitalar ficou abaixo de 16%, que para valvopatias outras é elevada, mas para esse contexto hemodinâmico são valores muito interessantes.

Ainda foi vista a correlação de melhor patência valvar e menor mortalidade até 90 dias do evento, apontando para uma terapêutica interessante nesse contexto.

Embora sejam resultados animadores, temos que ter em mente que por se tratar de pacientes, digamos, agudizados, determinados dados sofrem vieses. Outro ponto a ser levado em consideração é a seleção do paciente para ser submetido à abordagem transcateter, o tempo de evolução da doença e o grau da repercussão hemodinâmica vigente.

Até mesmo o fato de existir algum grau de insuficiência mitral prévia pode interferir na complacência ventricular e na adaptação hemodinâmica do indivíduo.

E também vale, em momento mais oportuno, comparar essa terapêutica com as outras até então consagradas, como balão intra-aórtico e até mesmo os dispositivos de suporte circulatório atualmente.

Literatura Sugerida: 

1- Lurz P, Besler C. Mitral Regurgitation in Cardiogenic Shock: A Novel Target for Transcatheter Therapy? JACC Cardiovasc Interv. 2021 Jan 11;14(1):12-14.

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