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Disfunção de prótese

Seguindo com nossa sexta temporada do Valve Basics, a abordagem agora passa para as disfunções protéticas, visto que já passamos por inúmeros conceitos do funcionamento normal desses dispositivos.

Recentemente, uma classificação unificada foi formulada e traz aspectos interessantes que abordaremos nas próximas postagens. Assim, vamos aos conceitos dessa nova classificação…

Deterioração de Bioprótese
Inicialmente devemos estabelecer conceitos distintos que serão abordados continuamente, sempre que nos referirmos a disfunção de prótese. Aqui, vale mencionar que essa classificação foi criada para biopróteses, visto que próteses mecânicas não deterioram, embora possam apresentar disfunção, que abordaremos no futuro.

Temos inicialmente uma divisão em dois grandes tipos de deterioração:

  • Estrutural (SVD)
  • Não-estrutural

O tipo estrutural, compreende em calcificação e/ou ruptura dos folhetos, endocardite e trombose não reversível.

Todas essas complicações que podem ocorrer podem ou não gerar repercussão clínica. Por exemplo, um determinado indivíduo pode desenvolver uma calcificação protética, mas isso não gerar uma redução substancial do orifício efetivo de fluxo, nem elevação dos gradientes. Assim, foi criada uma subclassificação de acordo com o grau da repercussão hemodinâmica.

  • Grau I para disfunção que se assemelha a lesão nativa discreta
  • Grau II para disfunção que se assemelha a lesão nativa moderada
  • Grau III para disfunção que se assemelha a lesão nativa importante.

Trazendo um novo exemplo para ilustrar, vamos imaginar agora um indivíduo com trombose prévia de bioprótese aórtica se apresente com uma disfunção do tipo estenose com gradiente médio em 30mmHg e orifício efetivo de fluxo em 1,3cm2. Nesse caso, teríamos uma deterioração do tipo estrutural, de grau II.

Agora imaginemos que essa estenose progrida para grau III, com orifício efetivo de fluxo abaixo de 1,0cm2. Assim o paciente te procura com queixas de dispneia e você decide intervir. Nesse ponto, surge um novo conceito que é a falência de bioprótese, ou do inglês BVF.

A definição de BVF é uma deterioração de grau III com sintoma e/ou que demande intervenção ou que evolua para óbito.

A deterioração não-estrutural, compreende situações que podem ser reversíveis, por exemplo uma trombose aguda que, prontamente anticoagulada reverta por completo sua repercussão hemodinâmica, ou indivíduos que desenvolvam leak para-protético, Nesse caso, a prótese pode estar normofuncionante, mas haverá manifestação de disfunção e até mesmo necessidade de intervenção. Não há uma classificação de subtipos dentro dessa parte e devemos enxergar como uma doença paralela ocorrendo.

Ainda como deterioração não-estrutural, temos o mismatch, com implante de uma prótese muito pequena para o tamanho do paciente.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2.

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