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Disfunção Diastólica na Estenose Aórtica

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Pacientes que desenvolvem estenose aórtica experimentam um quadro de sobrecarga pressórica exuberante, demandando uma adaptação hemodinâmica importante, com desenvolvimento de hipertrofia concêntrica.

No entanto, as repercussões não se limitam apenas ao aumento de massa ventricular, mas junto a esse quadro, é frequente encontrarmos disfunção diastólica em graus diversos, com seus respectivos impactos negativos na morbimortalidade.

As atuais diretrizes nos trazem graus fortes de recomendação apenas em quadros sintomáticos e com repercussões hemodinâmicas exuberantes, geralmente já encontrando graus avançados de disfunção ventricular, seja diastólica ou sistólica. Mas estamos observando uma crescente mudança nessa forma de conduzir os casos, com outros métodos diagnósticos mais sensíveis que poderiam alterar o ponto ideal de uma eventual indicação nessa linha propedêutica da estenose aórtica.

Em dados obtidos das coortes do PARTNER, vemos que mais de 40% dos pacientes apresentam disfunção diastólica pelo menos de grau II, sendo que o grau restritivo, ou também denominado grau III era um preditor isolado de desfechos negativos como morte ou nova hospitalização por descompensação de uma insuficiência cardíaca.

Um dado interessante é que ao longo de 2 anos o impacto de uma disfunção diastólica parece ter reduzido seu papel, pois esses achados deixaram de ser preditores independentes de desfechos nesse prazo. Uma das razões para isso é ter algo enviesando os achados nesse primeiro ano, colocando a disfunção diastólica com uma responsabilidade maior do que realmente tem, como poderíamos imaginar num contexto de amiloidose cardíaca em que a disfunção diastólica seria quase que um marcador de gravidade de outra patologia.

Nem todos os pacientes experimentam uma melhora do padrão diastólico após uma possível intervenção com TAVI e isso apontaria para uma possível alteração da arquitetura miocárdica individual ou mesmo para graus avançados que estivem em situação de irreversibilidade do quadro.

Com o que temos disponíveis atualmente, de métodos diagnósticos, a avaliação da função diastólica sinaliza para entendermos uma possível evolução desfavorável, mas ampliando o conhecimento sobre fisiopatologia miocárdica diante de uma estenose aórtica e com novos métodos, podemos passar a entender melhor essa variável nos próximos anos. Hoje, olhos atentos ao estudo ecocardiográfico da função diastólica em pacientes portadores de valvopatias.

Literatura Sugerida: 

1 – Klein AL, Ramchand J, Nagueh SF. Aortic Stenosis and Diastolic Dysfunction: Partners in Crime. J Am Coll Cardiol. 2020 Dec 22;76(25):2952-2955.

 

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