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O Método Clínico

Dor Torácica – Parte 3

 

Intensidade: Nesse momento, buscamos estagiar a dor em um nível de 0 a 10 de intensidade, sendo 0 a ausência de dor e 10 a pior dor que o paciente já sentiu na vida. Vale sempre conversar com o paciente para entender se a informação está sendo passada adequadamente, pois níveis culturais diferentes podem levar a interpretações distintas.

Junto dessas queixas, podemos observar presença de sudorese, palidez, angústia e sensação de morte. 

Esses sintomas são gerados basicamente pela descarga simpática, que agrava o quadro, pois traz consigo taquicardia e aumento do consumo de oxigênio. 

Fatores desencadeantes: É intuitivo que imaginemos que a dor aparece no momento do esforço físico, quando há aumento do trabalho cardíaco. E, de fato, isso é o que ocorre na maioria dos casos na valvopatia. Como falamos antes, uma massa ventricular aumentada pode evoluir para isquemia quando sobe a frequência cardíaca e eleva a demanda de O2.

Aqui vale ressaltar que o sono, na insuficiência aórtica importante, pode precipitar a dor anginosa e discutimos isso no penúltimo item.

Fatores atenuantes: Nesse ponto, na valvopatia, o repouso é o principal responsável pelo alívio da dor torácica, mas em casos de obstrução coronária, encontramos também o uso de vasodilatadores coronários (nitrato sublingual). 

Manifestações concomitantes: Essa característica é muito importante e muitas vezes pesquisada de forma inadequada. É fundamental procurarmos estabelecer a correlação exata se a queixa a mais ocorre junto da dor torácica. 

Algumas queixas podem vir associadas, mas não agregam gravidade ao quadro, como náuseas, vômitos e sudorese fria. Já outras queixas como dispneia, tontura e síncope e até mesmo palpitações devem nos fazer atentar para quadros mais perigosos com riscos aumentados para desfechos negativos.

Pacientes com estenose aórtica importante tem causas para desenvolver a dor como já explicamos, mas uma síncope pode estar associada. Nesse ponto, cabe ao cardiologista buscar informações sobre esse desmaio. Se precedida ou não de palpitações, se apresentou pródromos, se houve algo diferente que ele se lembre e se realmente foi uma síncope e não uma queda da própria altura por outra razão.

síncope é na estenose aórtica é causada, principalmente pela má perfusão cerebral durante a atividade física. Isso ocorre, pois o paciente com estenose aórtica importante tem um relativo débito cardíaco fixo pela obstrução valvar e experimenta, na atividade física, uma vasodilatação periférica fisiológica. Como via final dessa combinação, há queda da pressão arterial diastólica e déficit transitório de perfusão do sistema nervoso central. Outras causas associadas são disfunção de barorreceptores, assim como resposta vasopressora inadequada frente a uma elevada pressão intraventricular no esforço.

Quadros que ocorrem no repouso podem estar relacionados a eventos incomuns de arritmias ventriculares malignas que ocorrem em pacientes com extensa fibrose miocárdica e presença de disfunção sistólica de grau avançado.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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