Doenças Valvares e Esportes

Agora falando de modo mais geral sobre a atividade física e a apresença de valvopatias, alguns conceitos devem estar bem estabelecidos no nosso raciocínio clínico que vai além da animação com a Copa do Mundo. Hoje vamos com a terceira e última parte dessa série…

Poucos dados são encontrados em jogadores de futebol nesse contexto, mas aparentemente essa atividade não é marcada por essa sobrecarga isométrica tão intensa, mas fatores individuais devem ser analisados com cautela.

De forma geral então, pacientes com lesões importantes, sintomáticos, queda na fração de ejeção ou outras graves repercussões hemodinâmicas como hipertensão arterial pulmonar ou fibrilação atrial devem ser desaconselhados a realizar atividades físicas de alta intensidade, muito menos competitiva. Dados de pacientes que se submeteram a correção cirúrgica e agora tem próteses valvares são escassas e devem ser conduzidas com muita cautela e individualização. Pacientes em recuperação devem ser reabilitados em programas de atividade física gradualmente crescentes e individualizados.

Os atletas com doença valvulares também devem ser aconselhados a evitar tatuagens e piercings corporais pelo risco de endocardite infecciosa.

Para aqueles que não tem pretensões de realizar atividade física de alta intensidade, nem competitiva, as recomendações de atividades físicas são mais genéricas e devem se guiar por atividade aeróbica como caminhada, corrida ou bicicleta 20 a 30 minutos em 5 dias da semana, mantendo uma frequência cardíaca em limiar anaeróbico (em torno de 80% da frequência cardíaca máxima estimada) e atividades de musculação para fortalecimento muscular com uso de carga de até 20% do peso corporal em membros superiores e até 50% para o fortalecimento dos membros inferiores. Em caso de sintomas, essas recomendações devem ser interrompidas e a avaliação médica individualizada deve ser estabelecida.