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Durabilidade dos TAVI

Achados do NOTION

Cada vez mais estamos colhendo importantes informações de pacientes que se submeteram ao implante de uma prótese TAVI e entender a evolução clínica desses indivíduos, além de ser um benefício à assistência médica, torna a técnica madura e bem previsível.

Uma grande discussão nesse contexto é a durabilidade das biopróteses implantadas por via transcateter, visto sempre termos a comparação com as próteses biológicas de implante convencional.

Em análises recentes de banco de dados norteamericanos, foi visto que, em indivíduos abaixo de 65 anos e que implantam próteses biológicas, quase metade dos casos recebe uma prótese transcateter o que nos faz indagar se a durabilidade desse dispositivo permitiria sua utilização nessa faixa etária.

Recentemente tivemos a publicação dos 10 anos de acompanhamento do NOTION trial, uma das primeiras publicações que vimos uma randomização de pacientes de baixo risco cirúrgico entre TAVI e cirurgia convencional.

Nesse contexto, não houve diferença entre os braços do trabalho quando analisamos os desfechos mortalidade por todas as causas, AVC e infarto agudo do miocárdio.

Foram observados mais casos de fibrilação atrial no pós-operatório imediato das cirurgias convencionais, bem como maior incidência de distúrbios de condução elétrica que demandaram implante de marcapasso no braço TAVI.

As taxas de endocardite e reintervenção foram extremamente baixas e similares entre os grupos.

Dados hemodinâmicos das próteses mostraram que as próteses TAVI tiveram uma área efetiva de fluxo maior do que as próteses convencionais, embora isso não tenha gerado impacto sobre a regressão da massa ventricular. Em contrapartida, próteses TAVI tiveram maior incidência de leak para protético.

O risco de deterioração de bioprótese e de falência, conceitos recentes sobre a avaliação de próteses biológicas tiveram desfechos um pouco diferentes. Quando olhamos falência, ou seja, o grau máximo de deterioração com repercussão clínica, como por exemplo sintomas, os achados foram similares quando comparamos as próteses TAVI com as convencionais nesse acompanhamento de 10 anos.

No entanto quando comparamos deterioração pura e simplesmente, tivemos maior incidência nas próteses convencionais. Esses achados podem ter sido a um possível desbalanceamento de mismatch mais frequente em próteses convencionais.

Vale ressaltar que os dados hemodinâmicos, que também são preconizados no VARC-3, foram um pouco melhores nos pacientes TAVI, mas aparentemente essa diferença não é suficiente para termos desfechos diferentes, do ponto de vista clínico e possivelmente estrutural no dispositivo.

É importante dizer que, nesse trial, foi utilizada apenas um tipo de prótese TAVI, o modelo autoexpansível, o que ainda poderia levantar dúvidas se seria possível expandir esses achados para as próteses balão expansíveis, embora tenha boa plausibilidade fisiopatológica.

Diante desses dados, fica cada ves mais claro que próteses de implante transcateter tem sim durabilidade semelhante às próteses cirúrgicas convencionais e poderiam ter a mesma faixa etária de recomendações, embora ainda tenhamos mais alguns anos para observar e sedimentar esse achado.

Literatura Sugerida: 

1 – Thyregod HGH, Jørgensen TH, Ihlemann N, et al. Transcatheter or surgical aortic valve implantation: 10-year outcomes of the NOTION trial. Eur Heart J. 2024 Feb 7:ehae043.

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