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Endocardite Infecciosa

Profilaxia – Parte I

Muito provavelmente chegamos a parte mais polêmica da nossa temporada e que vai atrair muita atenção dos leitores que sempre questionam quando e em quem devemos fazer profilaxia antibiótica para endocardite infecciosa.

Tema de divergência entre as diretrizes americana e europeia com a brasileira, é motivo de debates acalorados em mesas científicas ao redor do mundo. Baseados em estudos epidemiológicos populacionais amplos, as diretrizes internacionais passaram a recomendar uma profilaxia restritiva a apenas alguns perfis de pacientes, enquanto a diretriz brasileira é mais ampla e defende uma maior segurança.

As publicações europeias mostraram que, a profilaxia disseminada para endocardite infecciosa, que era prática corrente no século passado, elevada os custos de saúde pública e poderia gerar quadros de anafilaxias esporádicas. Bem verdade é que eventos graves anafiláticos com o uso de profilaxia para endocardite são extremamente raros e existem alternativas viáveis para esses indivíduos sabidamente alérgicos.

Outro ponto levantado pelas referências internacionais é de que a profilaxia pré-procedimento tem o objetivo de evitar ou reduzir uma bacteremia durante a invasão tecidual em procedimentos cruentos. Mas, o simples ato de escovar os dentes já é responsável por gerar bacteremia, apontando para um possível tratamento fútil, pois se apenas a bacteremia fosse a grande responsável, todos os dias, pacientes com doenças estruturais desenvolveriam endocardite.

Mas independente dessas considerações iniciais, é fundamental termos em mente a morbimortalidade de uma endocardite infecciosa, os impactos econômicos gerados em um país rico em valvopatias e como uma simples dose de antibiótico relativamente de baixo custo poderia evitar tais consequências.

Baseado nessa máxima, de evitar o impacto grave de uma endocardite infecciosa, as diretrizes brasileiras decidiram ser mais abrangentes na indicação de profilaxia pré-procedimento.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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