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Endocardite Infecciosa

Epidemiologia – Parte I

A ocorrência de endocardite em si é estável nos últimos 70 anos. A grande diferença está na mortalidade com o advento do antibiótico durante a segunda guerra mundial. Mesmo com o avanço das tecnologias e melhora na assistência ao paciente crítico, visualizamos um comportamento curioso na curva de sobrevida dessa patologia.

Antes da década de 40 do último século, todos os pacientes evoluíam para óbito. Após a descoberta do antibiótico isso começou a mudar e com as novas classes que surgiam, vimos uma verdadeira descida na curva da mortalidade, mas em determinado momento encontrou-se um platô que vemos até os dias atuais.

E qual seria a razão para esse comportamento, visto termos antimicrobianos cada vez mais potentes nos dias de hoje?

Muito provavelmente isso ocorreu por uma mudança no perfil dos pacientes acometidos pela endocardite. Antes, indivíduos relativamente hígidos eram os mais envolvidos. Com o avançar da medicina e o aumento da expectativa de vida, indivíduos com mais doenças sobrevivem mais tempo.

Esse talvez seja o nicho perfeito para o desenvolvimento de uma doença como essa. Só que nesse contexto, a mortalidade, mesmo com tecnologias de última geração, é elevada e compensa os benefícios do suporte melhorado.

Assim, atualmente, endocardite é uma doença típica de doente rico em comorbidades e multiplamente invadido, com cateteres e dispositivos vasculares. Talvez o exemplo máximo que represente essa qualidade de doente seja o renal crônico dialítico.

A ocorrência de endocardite é muito dependente da população estudada. Encontramos na literatura incidências elevadas de até 10-20 casos/100.000 pacientes/ano em grupos de usuários de drogas endovenosas, ou idosos imunossuprimidos e com acessos vasculares permanentes. O mesmo racional é segudo para a bactéria envolvida e topografia da infecção. Usuários de drogas tem elevada incidência de S. aureus e a valva tricúspide é a de maior prevalência.

Na semana que vem vamos abordar alguns grupos em específico para tornar a discussão mais detalhada…

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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