Hoje vamos dar seguimento à discussão dos aspectos da microbiologia, abordando os estafilococos…
Estafilococos
Nessa parte, basicamente separaremos em dois grandes tipos, os estafilococos coagulase positivos, tendo o S. aureus como representante e os coagulase negativos, com o S. epidermis como principal agente.
S. aureus
Esse microorganismo é o responsável pela maior casuística de endocardite infecciosa, quando todos os pacientes são vistos de forma geral, sem a observação por subgrupos. Os casos comunitários costumam ter perfil de resistência simples, mas os hospitalares podem se apresentar com resistência a meticilina, sendo um desafio para o tratamento.
A apresentação da endocardite por esse agente é caracterizada por quadro toxêmico exacerbado, febre alta e eventos embólicos sépticos. Até metade dos casos já apresentam, no diagnóstico, eventos embólicos para sistema nervoso central.
Diante de um quadro grave e de alta invasividade, a mortalidade apresenta níveis elevados, chegando em algumas coortes a até 60%, como em pacientes mais idosos e com quadros mais complexos.
Vale ressaltar que, especificamente nos usuários de drogas endovenosas, o S. aureus é o principal responsável por acometimento da valva tricúspide. Acometimento sistêmico é raro, pois grande parte das embolizações causam infartos pulmonares sépticos e ficam restritos aos pulmões, exceto nos casos de empiemas.
Nesse contexto, a mortalidade é baixa, mas encontramos grande morbidade associada nesse grupo de pacientes.
S. epidermis
Esse é o estafilococo mais relacionado aos acometimentos intra-hospitalares. Em pacientes com anormalidades valvares prévias, a contaminação dos acessos vasculares periféricos por esse microorganismo pode ser a causa da infecção.
Em geral, o quadro é grave e potencialmente fatal, com doença invasiva e relativa resistência antimicrobiana.