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Estenose Aórtica discreta

Como prever sua evolução?

A estenose aórtica é uma doença progressiva que se desenvolve ao longo de décadas e, uma vez sintomática, está associada a elevada morbidade e mortalidade. Apesar da gravidade, as diretrizes atuais não fornecem um período de monitoramento claro para pacientes com EA leve ou moderada, pois há variação interindividual na progressão dessas populações.

A avaliação das curvas de fluxo poderia dar informações interessantes sobre gravidade da doença aórtica, mas será que também poderia nos dar dados prognósticos quanto à velocidade de progressão da doença? 

Com base na forma desta onda, levantou-se a hipótese de que a aceleração do fluxo que passa pela válvula aórtica seria aumentada no estágio de estenose leve, onde começa a limitação de abertura valvar. Este aumento de aceleração causaria danos contínuos a valva aórtica e a diferença de aceleração pode explicar por que alguns pacientes progridem mais rapidamente do que outros no mesmo estágio da doença. Um aumento no gradiente de pressão transaórtica por unidade de tempo leva a um aumento na aceleração. Portanto, quanto maior o aumento do gradiente de pressão transaórtica por unidade de tempo no estágio leve a moderada, maior será a progressão para grave.

Essa avaliação é realizada na ecocardiografia através da famosa relação dP/dT e em um acompanhamento de pouco mais de 2 anos e meio, valores dessa relação acima de 600 mmHg/s esteve significativamente associada ao risco de progressão para o estágio grave, independentemente de outros potenciais fatores de progressão.

Os parâmetros ecocardiográficos, em particular a Velocidade máxima e o gradiente médio iniciais, estão associados com o risco de progressão para estenose aórtica grave e são cruciais para os algoritmos de vigilância atualmente recomendados.

Embora estes parâmetros sejam adequados para a tomada de decisão na maioria dos doentes, não existe um valor único que identifique a variabilidade interindividual do risco aumentado de progressão da estenose.

Acredita-se que os achados da relação dP/dT derivada do Doppler sejam explicados por mecanismos complexos que envolvem vários fatores. Em geral, a vigilância individualizada utilizando essa relação pode nos ajudar a identificar os doentes que necessitam de um acompanhamento médico mais próximo.

A relação dP/dT geralmente se refere a taxa de aumento da pressão do ventrículo esquerdo, mas ao usar esse método na valva aórtica, estamos medindo a taxa de aumento da diferença entre a pressão ventricular e a pressão aórtica. A diferença de pressão será afetada pela complacência vascular sistêmica e não apenas pelo desempenho do VE.

Vale ressaltar que dados relacionados a subtipos de estenose aórtica, como os perfis de baixo fluxo, baixo gradiente não foram contemplados nesse racional e os dados não devem ser extrapolados nesse sentido.

No entanto essa pode ser uma nova variável interessante a ser incorporada no screening rotineiro para estenose aórtica em um futuro próximo, ainda mais com o uso da tão falada inteligência artificial.

Literatura Sugerida: 

1 – Seo JH, Kim KH, Chun KJ, Lee BK, Cho BR, Ryu DR. How can progression be predicted in patients with mild to moderate aortic valve stenosis? Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2023 Aug 23;24(9):1146-1153. 

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