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Estenose Aórtica Moderada

História Natural

A Estenose de Valva Aórtica (EAo) é uma doença progressiva que afeta atualmente cerca de 10% da população acima de 75 anos de idade. A estenose moderada é definida como área de Valva Aórtica (VAo) entre 1 e 1,5cm² e um gradiente aórtico entre 20 e 40mmHg na presença de fluxo normal. O tratamento cirúrgico da EAo só está indicado, geralmente para casos graves. Tendo isso posto, como deveria ser o manejo de pacientes com EAo moderada.

Cada paciente com estenose de valva aórtica moderada era pareado com outros 3 pacientes do grupo controle, cujas características melhor se assemelhavam, em uma razão de 1:3. De mais de 37 mil pacientes, 952 foram diagnosticados com EAo moderada. Em comparação com a população geral, pacientes com disfunção valvar, em geral, eram mais velhos, com mais fatores de risco cardiovascular e tinham mais comorbidades, além de, como esperado, menor sobrevida. O grupo com estenose aórtica obteve uma taxa de sobrevida em 1, 3 e 5 anos, 92%, 78% e 66% menor.

Na análise de subgrupo, os pacientes com estenose aórtica foram classificados como alto risco caso apresentassem Fração de Ejeção (FE) <50%. Foram identificados 145 pacientes, os quais foram pareados com 435 pacientes do grupo controle, que também tinham FE reduzida, porém sem alterações valvares. Da mesma forma, a sobrevida no grupo com estenose foi menor, com 2,7 anos para o grupo em questão e 3,5 anos para o grupo controle. Os pacientes com EAo também foram classificados de acordo com o gradiente transaórtico, se baixo ou moderado e, em seguida, pareados com o grupo controle.

Dessa forma, esse estudo demonstrou que os pacientes com EAo moderada tiveram taxa de mortalidade aumentada quanto comparados com os pacientes sem disfunção valvar. Um ponto a ser ressaltado é o fato de baixos gradientes transaórticos terem impacto negativo na sobrevida. Isso diverge da prática médica atual, em que se ignora a área da valva aórtica diante de gradientes no percentil inferior.

Dentre as limitações do estudo, pode-se citar:

(1) seu caráter de coorte e, por isso, a impossibilidade de se acessar o efeito de causalidade entre variáveis,

(2) bem como o uso da técnica de Matching ou pareamento, que apesar de tentar amenizar a possibilidade de grupos heterogêneos, não é tão eficiente como a randomização. Não obstante, os resultados do estudo são válidos e devem ser considerados na prática médica.

Literatura Sugerida: 

1 – Mann TD, Loewenstein I, Ben Assa E, Topilsky Y. Natural History of Moderate Aortic Stenosis with Preserved and Low Ejection Fraction. J Am Soc Echocardiogr. 2021 Jul;34(7):735-743.

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