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Exame Físico das Valvopatias

Sopro da Insuficiência aórtica – Parte 3

 

Essa disfunção valvar é, sem dúvidas, a que apresenta a maior manifestação periférica de alterações encontradas nos pacientes, dentro da cardiologia. O famoso jargão, “na insuficiência aórtica tudo pulsa” é muito bem representada aqui.

Diante de uma pressão arterial divergente, ou seja, uma distância de mais de 70mmHg entre a pressão sistólica e a diastólica, os sinais periféricos começam a surgir.

A regurgitação aórtica leva a uma queda da pressão arterial diastólica, pois o não fechamento adequado da valva faz a coluna de sangue retornar de dentro da Aorta para o ventrículo esquerdo, durante a diástole. Esse fenômeno abaixa os valores de pressão arterial diastólica.

De forma concomitante, ocorre uma ativação do sistema nervoso autônomo com aumento da secreção das catecolaminas. Assim, temos uma vasoconstricção periférica, elevando a pressão arterial sistólica, sendo outro componente para a pressão divergente.

Esse já é o primeiro achado periférico dessa patologia e, em muitos casos, pode ser inclusive o gatilho para surgir a suspeita de insuficiência aórtica. Durante a tomada de pressão arterial, os sons de Korotkoff muitas vezes persistem até o zero, embora a pressão diastólica intra-arterial caia a valores próximos de 30mmHg.

Imaginemos então que esse indivíduo tenha uma pressão artereial sistólica de 160 e o som de korotkoff baixe sua intensidade em 40mmHg, seguindo até o 0mmHg. Nesses casos, a documentação dessa pressão arterial deve se dar da seguinte forma: 160x40x0mmHg.

O sinal de Hill, que é a grande diferença entre as medidas de pressão dos membros superiores para os inferiores não é mais considerado um sinal de insuficiência aórtica importante.

Seguindo nesse achado, a palpação do pulso nos dá algumas informações. Na insuficiência aórtica importante crônica, a sensação tátil da palpação periférica dos pulsos é chamada de pulso em martelo d’água. É exatamente a sensação de, segurando uma garrafa PET cheia de água, alguém vir e dar um peteleco. Para sensibilizar essa palpação, basta que se eleve o membro superior acima do nível da cabeça do paciente e abrace o antebraço do paciente com sua mão.

Alguns pacientes podem manifestar um pulso amplo e de dois impulsos, o chamado pulso bisferiens. Ele tem sensação tátil difícil de ser percebida, mas ao colcoar algum objeto sobre uma artéria, percebe-se que esse objeto se movimento duas vezes a cada sístole, marcando assim o duplo impulso.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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