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Fisiologia da Circulação

A demanda de volume circulatório é comandada, basicamente, pela necessidade periférica. Em casos de tecidos metabolicamente mais ativos, a microcirculação é quem controla o fluxo, podendo aumentar até em 30 vezes o normal de repouso. É bem verdade que se todos os tecidos do organismo necessitassem dessa demanda, o coração não conseguiria acompanhar, pois só pode elevar seu débito em no máximo 5 vezes.

Dessa forma, indiretamente, quem controla o débito cardíaco é a demanda do tecido periférico que aumenta ou reduz a necessidade de sangue e, por conseguinte, comanda a pré-carga que chega ao ventrículo direito.

Toda a movimentação de sangue segue a lógica da dinâmica dos fluidos sobre diferença de pressão. Tornando esse mecanismo mais complexo, há a resistência, representada pelo atrito do sangue com a parede até com possíveis obstruções periféricas patológicas.

Essa movimentação ocorre, geralmente, de forma laminar, mas em casos de acelerações maiores do fluxo por obstruções ou alterações anatômicas, o fluxo pode tornar-se turbilhonado, formando redemoinhos e aumentando o gasto energético devido ao atrito gerado na parede.

Falando sobre a circulação, nesse ponto devemos nos aprofundar mais sobre os conceitos acerca da resistência periférica, visto terem interferência direta nos achados semiológicos das valvopatias.

A resistência vascular periférica é a soma de resistência de todos os vasos do organismo e compõe uma parte expressiva da pós-carga. É contra essa resistência que o trabalho do coração deve agir, contando que não haja outro ponto de obstrução entre o ventrículo esquerdo e a periferia.

Assim, de forma prática, o sangue é bombeado pelo coração que flui da região de alta pressão da circulação sistêmica (raiz da aorta) para a de baixa pressão (átrio direito), por vasos dispostos em série ou em paralelo.

Na ordem anatômica, temos as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias dispostos em série. Quando os vasos são dispostos em série, a resistência total ao fluxo sanguíneo é igual à soma das resistências de cada vaso

A resistência vascular periférica total é, portanto, igual à soma das resistências de todas essas estruturas vasculares.

Já na periferia, os vasos sanguíneos se ramificam, formando circuitos paralelos que irrigam muitos órgãos e tecidos do corpo com sangue. Essa disposição em paralelo permite que cada tecido regule seu próprio fluxo sanguíneo em grande parte de modo independente do fluxo por outros tecidos.

Nesse formato anatômico, a resistência é muito menor para o fluxo de um volume cada vez maior de sangue. Por isso é o mecanismo utilizado nos grandes órgãos, criando um controle de fluxo bem mais aprimorado.

Isso gera um comportamento curioso, em caso de amputação de determinado órgão. Ao retirar esse mecanismo de vasos paralelos, ocorre, com a amputação, elevação da resistência vascular periférica, ficando mais vasos em série e menos em paralelo.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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