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Insuficiência Aórtica

Insuficiência Aórtica

Pós-Ablação

O uso de ablação por radiofrequência é rotineiro em diversas patologias arrítmicas e está na rotina dos eletrofisiologistas. No entanto, não é um método isento de riscos e complicações, como lesão coronariana, perfuração cavitária e até lesão valvar.

A radiofrequência gera um pulso de energia localizada que lesa a estrutura alvo. Assim, consegue-se circundar determinados focos arritmogênicos e prevenir os gatilhos, mas quando apontada para regiões erradas, podemos causar lesão desnecessárias e com repercussão inesperada.

Algumas arritmias complexas têm origem na via de saída do ventrículo esquerdo, região intimamente ligada ao complexo valvar aórtico. Nesses casos, há uma considerada chance de envolvermos os folhetos aórticos em uma aplicação terapêutica de radiofrequência e isso pode ser desastroso.

De forma geral, os indivíduos submetidos a esse tratamento nessa topografia apresentam lesão discreta, sem grandes repercussões hemodinâmicas na valva aórtica. No entanto, aqueles com tratamento extenso podem desenvolver acometimento mais severo dos folhetos.

A lesão criada é muito semelhante aquelas criadas pelo trauma de cateteres no local, sendo mais comuns nas regiões intercomissurais e no folheto coronariano esquerdo.

Interessante ressaltar que, mesmo não sendo muito comum, houve um determinado acompanhamento desses indivíduos ao longo do tempo. Na presença de lesão discreta, a evolução foi benigna sem necessidade de intervenção ou presença de repercussão hemodinâmica.

Alguns casos precisaram de abordagem subsequente, e raros necessitaram de abordagem imediata secundária a lesão grave ou ruptura de anel.

Vale ressaltar que essa complicação não é habitual, mas para saber lidar com ela, temos que estar atentos a essa possibilidade. O acompanhamento se torna similar do que aqueles indivíduos com lesão valvar primária e, de acordo com a repercussão, pensamos se mantemos em acompanhamento clínico ou se encaminhamos para uma adequada intervenção, seja convencional por troca valvar ou transcateter.

Como os novos métodos terapêuticos na cardiologia, surgem novas complicações inesperadas! Estejamos preparados…

Literatura Sugerida: 1 – Shinoda Y, Komatsu Y, Sekiguchi Y, et al. Iatrogenic aortic regurgitation after radiofrequency ablation of idiopathic ventricular arrhythmias originating from the aortic valvular region. Heart Rhythm. 2019 Aug;16(8):1189-1195.

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